"Isto não está fácil, vamos continuar a ter uma noite de muito trabalho porque toda a linha de fronteira com o município do Sabugal está em chamas, que continuam a lavrar com violência", disse Sérgio Costa, em declarações à agência Lusa.
Ainda segundo o autarca, outra preocupação são os reacendimentos, do lado da Guarda e de Pinhel, no fogo de Pêra do Moço, que deflagrou na sexta-feira.
Sérgio Costa acrescentou ainda que durante a noite as atenções serão "redobradas" para localidades como Carvalhal Meão, Pêga e Monte Vasco, "porque ainda há uma frente de fogo que continua a caminhar do Sabugal para a Guarda".
"Estamos também em alerta para Penedo da Sé e Quinta de Gonçalo Martins, onde tem havido reacendimentos", acrescentou.
O presidente da Câmara admitiu que se têm vivido "dias muito difíceis" na Guarda e apelou à ajuda de todos no combate às chamas.
"Tem que ser assim, porque temos poucos bombeiros e estão exaustos, tal como as equipas de sapadores florestais. Por isso, todos temos que sair à rua, com segurança, de pá e ramos de giestas, como fazem muitos populares nas aldeias porque, neste momento, não há outra forma de o fazer", considerou o autarca.
Segundo Sérgio Costa, "não há mãos a medir", pois resolve-se "um fogo num lado", mas a seguir já é preciso "ir a correr para outro".
O autarca destacou ainda o trabalho "muito importante" das juntas de freguesia, que têm disponibilizado tratores, cisternas e os seus 'kits' de incêndios, mas também os privados que têm usados alfaias agrícolas para travar as chamas.
"Se não fosse a disponibilidade desses meios, só Deus sabe como isto já estaria", salientou.
Segundo o 'site' da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), à 01:00 estavam mobilizados para o fogo que deflagrou na sexta-feira à tarde no Sabugal, no distrito da Guarda, 268 operacionais e 78 veículos.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 02 de agosto.
Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual deverão chegar, na segunda-feira, dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos incêndios.
Segundo dados oficiais provisórios, até 17 de agosto arderam 172 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.
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