Sentimento de insegurança é "tão ou mais importante" do que estatísticas

O Observatório de Segurança e Defesa da SEDES considera que os sentimentos de insegurança são "tão ou mais importantes que as estatísticas", após concluir que a criminalidade diminuiu desde 2000, enquanto os crimes nos jornais mais do que duplicaram.

Corpo de intervenção, PSP, polícia

© Global Imagens 

Lusa
14/07/2025 17:23 ‧ há 3 dias por Lusa

País

SEDES

Num relatório hoje divulgado, este organismo concluiu que as menções a crimes nas primeiras páginas dos jornais aumentaram, em média, cerca de 130%, nos últimos 25 anos, enquanto no mesmo período a criminalidade participada desceu 1,3%.

 

O observatório considerou que o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) "não é suficiente para caracterizar a insegurança (objetiva e subjetiva) porque não se esgota no crime participado" e que "a ação da justiça tem também especial acuidade na perceção da insegurança pelos cidadãos em geral".

Nesse sentido, defendeu que "não se devem minimizar os fatores propiciadores dos sentimentos de insegurança porque, na realidade, são tão ou mais importantes que as estatísticas da criminalidade participada".

O relatório propõe "alguns contributos para atenuar o paradoxo entre a perceção da insegurança e a relação desta com a criminalidade", designadamente "prever, em sede legislativa (Lei de Segurança Interna), a realização periódica de inquéritos de vitimização que permitam uma melhor quantificação dos fenómenos criminais e das incivilidades" e "criar estratégias de comunicação, ao nível das forças e serviços de segurança e das magistraturas, que permitam uma informação clara e objetiva".

O Observatório de Segurança e Defesa da SEDES sugere também que o RASI passe a contemplar dados da criminalidade comparativos durante um período de pelo menos 10 anos e uma melhor articulação entre a prática judicial e o trabalho desenvolvido pelas forças e serviços de segurança.

"Com estes contributos, a SEDES pretende alinhar a perceção pública da insegurança com a realidade criminal, de modo a melhorar a confiança nas instituições e a desenvolver melhores políticas públicas, pois só é possível mais progresso e desenvolvimento num quadro de segurança dos cidadãos", precisa o documento.

O observatório analisou as capas dos jornais Correio da Manhã, Diário de Notícias, Expresso e Sol, no sentido de avaliar a variação do número de notícias, na primeira página, relativas a crimes cometidos, bem como a retoma do tema nas edições seguintes.

"Os resultados obtidos permitiram concluir que as menções a crimes, na primeira página, aumentaram, em média, cerca de 130%, ou seja, mais do que dobraram ao longo dos últimos 25 anos", conclui.

O observatório constatou também que, enquanto no período entre 2000 e 2005 um crime de elevado perfil típico recebia cobertura na primeira página durante cerca de 2,5 semanas, com uma média de seis menções, entre 2021 e 2024 a duração média da cobertura aumentou para 4,5 semanas, com uma média de 12 menções.

Leia Também: Mais de 560 detidos e 8 mil infrações detetadas pela GNR em 7 dias

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