A presidente do 34.º congresso da APDC, a cientista Maria Manuel Mota, afirmou hoje que as grandes transformações acontecem devido a investigações científicas, o que por vezes é esquecido, e defendeu que não há negócio sem ciência.
Maria Manuel Mota falava na abertura do 34.º congresso da APDC, que como mote 'Business & Science Working Together' (Negócio & Ciência a Trabalhar Juntos), que está a decorrer na Culturgest, em Lisboa, e que termina na quarta-feira.
A investigadora, que é presidente executiva (CEO) do Gulbenkian Institute for Molecular Medicine (GIMM), salientou que a inteligência artificial (IA) está a "transformar tudo", a transição digital ganha maior escala e tudo "é muito rápido".
Mas, diz, é preciso "fazer a pergunta certa", questionar "quando começaram estas transformações", rematando que "tudo começa na ciência".
Mais concretamente, "tudo começa na ciência fundamental que é frequentemente invisível", salientou, elencando vários exemplos como, por exemplo, que as baterias de lítio começaram em laboratórios de química.
"Todas estas áreas têm como base um conhecimento científico muito antes de ser um modelo de negócio", porque "não há negócio sem ciência", defendeu.
"Durante demasiado tempo tratámos a ciência e os negócios como separados", mas não podem ficar em "silos", os negócios precisam da ciência, considerou.
A inovação "não é magia, nem sorte", é o resultado de "pensar, testar, falhar e aprender, a inovação é como se fosse uma filha da ciência" e é o motor de negócio, referiu.
Por sua vez, o presidente da APDC, Rogério Carapuça, considerou hoje que os talentos "atraem-se e mantêm-se" e não retêm-se, considerando que é algo que as instituições de referência conseguem fazer e defendendo uma melhor colaboração entre instituições.
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