A Polícia Judiciária (PJ) anunciou, esta segunda-feira, que, em estreita colaboração com a Guarda Prisional, deteve em flagrante delito uma mulher, de 47 anos, pela prática do crime de tráfico de estupefacientes agravado. A mulher tentava introduzir droga no interior do Estabelecimento Prisional (EP) de Braga.
Num comunicado enviado às redações, a PJ refere que recebeu uma comunicação daquela prisão "sobre a possibilidade de introdução de substâncias estupefacientes nesse mesmo espaço, por parte de uma visita".
Desta forma, "foram de imediato desenvolvidas diligências investigatórias tendentes à detenção da visada, que se prevalecia das visitas ao companheiro, ali recluso, para lhe entregar produto estupefaciente".
Segundo a autoridade a mulher é reincidente na prática deste crime e no respetivo modo de atuação. A suspeita já tinha sido detida no ano passado, "por factos de idêntica natureza".
A detida será presente às autoridades judiciárias competentes para efeitos de interrogatório judicial e de eventual aplicação de adequadas medidas de coação.
Crescimento do uso de drogas sintéticas nas prisões
O Relatório Preliminar do Inquérito Nacional Sobre Comportamentos Aditivos em Meio Prisional 2023, promovido pelo Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD) e divulgado em janeiro deste ano, refere que foi observada "uma tendência de decréscimo" relativamente ao consumo de substâncias ilícitas nas prisões "face ao pico verificado em 2014".
Em 2023, 63,4% dos reclusos inquiridos indicaram já ter consumido substâncias ilícitas em algum momento da vida, sendo este valor similar ao verificado em 2007 (63,6%) e abaixo dos 69,1% registados no estudo de 2014.
Segundo o ICAD, este declínio pode ser atribuído "a uma série de fatores, incluindo programas de reabilitação mais eficazes, maior vigilância dentro das prisões e mudanças nas dinâmicas de consumo de drogas na população em geral ou mesmo uma mudança no perfil dos reclusos".
A canábis continua a ser a droga mais consumida (51,4%), mas com tendência decrescente (-4,1 p.p. face a 2014), o que "pode refletir uma mudança nas preferências de drogas".
Outras substâncias com alta prevalência de consumo incluem cocaína (branca), com 33,6% dos reclusos a relatarem o uso ao longo da vida, cocaína (crack/base) com 25,7%, heroína (21,3%), e 'ecstasy' (20,6%).
"As novas drogas sintéticas a imitar o efeito de drogas ilícitas apesar de ainda terem uma prevalência baixa, têm vindo a crescer de forma relevante", refere o relatório, destacando também o facto de "7,9% referirem o consumo de metanfetaminas, substância cuja análise em 2014 não foi individualizada e que agora assume um valor já relevante".
O ICAD salienta "a necessidade de continuar a desenvolver e implementar programas eficazes de prevenção e tratamento de dependências dentro das prisões e o desenvolvimento de mais esforços para apoiar a reintegração social dos reclusos".
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