Este domingo foi o primeiro de - pelo menos - dois dias de alerta vermelho em alguns distritos do país devido à onda de calor que se faz sentir não só por cá, como também por outras zonas da Europa.
Sete distritos estiveram hoje a 'vermelho', e os mesmos sete estarão com o mesmo nível de alerta na segunda-feira: Lisboa, Setúbal, Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco e Santarém.
Face às temperaturas elevadas, que ultrapassaram em várias regiões os 40ºC, houve registos que 'merecem' um apontamento. Neste domingo, por exemplo, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) revelou que a temperatura mais alta registada foi de 46,6º Celsius, em Mora, no distrito de Évora.
Segundo apontou o IPMA, este é um valor próximo do máximo absoluto no país, este último registado a 1 agosto de 2003: na altura, foram registados 47,3 graus Celsius na Amareleja, no distrito de Beja.
O valor foi registado às 15h30 e, para já, mantém-se como o mais elevado do dia.
Quanto à temperatura máxima para o mês de junho, "o recorde registado até hoje foi um pouco mais baixo, de 44,9ºC, em Alcácer do Sal [distrito de Setúbal], em 17 de junho de 2017", declarou a meteorologista Alexandra Fonseca em declarações à Lusa.
IPMA reavalia e coloca mais dois distritos a vermelho na 2.ª-feira
Alexandra Fonseca adiantou ainda à Lusa que, na segunda-feira, "já começa a haver uma descida [das temperaturas] em alguns locais do país, no entanto, ainda é uma descida que não é muito significativa."
"Vai notar-se, principalmente, na faixa costeira da região Centro e, portanto, o país, principalmente no Interior, vai manter-se com estas temperaturas elevadas", explicou.
A meteorologista reforçou que, "apesar de descer um, dois graus, no Interior essas temperaturas ainda estarão elevadas", justificando o aviso vermelho emitido pelo IPMA.
Inicialmente, os especialistas colocaram sete distritos a 'vermelho' para hoje e cinco para amanhã, mas, este domingo, acabaram por atualizar o mapa, igualando o número e os distritos com o nível máximo devido ao calor.
Um alerta vermelho nunca vem só: O que trouxe?
A onda de calor que assolou o continente durante o fim de semana provocou incêndios, mas também fenómenos meteorológicos de instabilidade, como aguaceiros e ventos fortes, trovoadas e queda de granizo, disse fonte do IPMA.
A mesma meteorologista posteriormente confirmou fenómenos de instabilidade (confirmadas por radar e por satélite), com a onda de calor diurno a provocar, durante a tarde, nuvens altas, que provocaram aguaceiros e ventos fortes, trovoadas e queda de granizo (com pedras de dimensão elevadas), no interior do país, sobretudo a partir de Portalegre e no centro e norte.
A meteorologista adiantou que, no final da tarde, havia registo de instabilidade em todo o interior do país, mas com tendência a abrandar devido ao arrefecimento noturno.
Não só em Portugal os termómetros dispararam. O calor está a manter em alerta grande parte do sul da Europa, com temperaturas acima dos 40 graus Celsius, invulgarmente elevadas em muitas zonas, mesmo no verão: e espera-se que continue durante esta semana.
Nalgumas zonas de Portugal, Espanha, Itália e Grécia, as temperaturas mínimas não descerão abaixo dos 30 graus mesmo durante a noite, o que levou as autoridades nalguns casos a encerrar escolas e a emitir avisos de saúde para as pessoas vulneráveis.
Leia Também: Onda de calor não veio 'sozinha': Houve chuvas, vento, granizo e fogos