Proibição de carros mais antigos em Lisboa é "discriminação"

O vereador do PCP na Câmara de Lisboa defendeu hoje que impedir a circulação de veículos anteriores a 2000 e 1996, consoante as zonas, no centro da cidade "introduz uma dimensão de classe e de discriminação" na mobilidade.

Proibição de carros mais antigos em Lisboa é discriminação

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Lusa
24/09/2014 19:55 ‧ 24/09/2014 por Lusa

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"É uma medida injusta", acrescentou João Ferreira, que falava na reunião pública da Câmara de Lisboa.

Na semana passada, o diretor municipal de Mobilidade e Transportes, Tiago Farias, anunciou que a autarquia deve avançar para a terceira fase das Zonas de Emissões Reduzidas (ZER) em novembro.

Caso a proposta seja aprovada pelo executivo municipal, de maioria socialista, na zona 1 (do Marquês de Pombal à Baixa) só poderão circular veículos posteriores a 2000, enquanto na zona 2 (definida pelos limites Avenida de Ceuta, Eixo Norte-Sul, avenidas das Forças Armadas, dos Estados Unidos, Marechal António Spínola, do Santo Condestável e Infante D. Henrique) apenas terão permissão de circular os carros posteriores a 1996.

A restrição para estes veículos mais antigos e poluentes vigora das 07:00 às 21:00, à exceção de veículos históricos, residentes e transportes públicos.

O comunista adiantou que, apesar destas ZER (a primeira fase foi implementada em 2011 e a segunda em 2012), "persistem problemas de incumprimento" relativamente aos limites estipulados pelas normas europeias para as partículas e o dióxido de azoto.

O presidente do município, António Costa, salientou que "a trajetória de convergência é para o cumprimento dos limites" e que "foi desde 2011 para cá que se inverteu" a situação.

O autarca socialista frisou que em 2011 a cidade de Lisboa tinha 113 dias excedentes do limite (que é de 35, relativamente às emissões de partículas em suspensão), número que baixou para 75 em 2012 e para 38 em 2013.

"O mesmo que se diga relativamente ao dióxido de azoto, onde temos vindo a reduzir os níveis de emissões", acrescentou, reconhecendo que ainda não se atingiu "o objetivo ótimo".

Na sua intervenção, João Ferreira criticou também a "situação insustentável" da rede de transportes públicos em Lisboa.

"Quem utilizou transportes públicos nas últimas semanas percebeu as sistemáticas avarias na linha do Metro e a supressão de autocarros da Carris", assinalou.

António Costa respondeu reiterando a "determinação que o município tem para vir a assumir a gestão" destas transportadoras, situação que poderá, a seu ver, melhorar a qualidade do serviço prestado.

O autarca disse ainda esperar que esta negociação com o Governo "chegue a bom porto".

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