"É lamentável que, num momento em que deveria estar a enaltecer o papel do voluntariado, Miguel Albuquerque use esse palco para ameaçar instituições, empresas e cidadãos, afirmando que tudo vai parar caso o Orçamento não passe", afirma o eleito do Chega Madeira.
Em comunicado, Miguel Castro considera ter sido "uma afronta à dignidade da liderança regional" o presidente do Governo Regional ter utilizado uma celebração do Dia Internacional do Voluntariado "para se vitimizar e pressionar a aprovação do Orçamento Regional".
Hoje, o chefe do executivo madeirense, na sessão de abertura do IX Encontro de Voluntários da Região Autónoma da Madeira, no Funchal, declarou: "Quero deixar isto muito claro. Eu não assumo nenhuma responsabilidade relativamente às atualizações [de apoios], porque tudo o que são os nossos compromissos com as instituições sociais estão inseridos no Orçamento".
"Se o Orçamento for chumbado, não há execução e eu não vou ser responsabilizado por situações que não foram desencadeadas nem por mim, nem pelo meu Governo", acrescentou, alertando para a crise política na região, face à eventualidade de o Orçamento para 2025 apresentado pelo executivo minoritário do PSD ser rejeitado no parlamento regional.
"A situação que estamos a viver é uma situação inédita, é uma situação absurda, é uma situação onde estamos a colocar o futuro da região e todos os interesses que estão em jogo da nossa sociedade em causa, por causa de questiúnculas partidária, que nada têm a ver com aquilo que é necessário para o futuro de cada um de nós", alertou.
Para o líder regional do Chega/Madeira, "mais vergonhoso ainda é que este mesmo presidente [do Governo Regional] se tenha demitido em janeiro de 2024, deixando a Madeira sem orçamento durante oito meses, banalizando a falta desse mesmo orçamento e confiando na força dos duodécimos, que, mesmo assim, sustentaram um crescimento económico".
Na opinião de Miguel Castro, "este discurso num evento de celebração cívica é uma vergonha" e "reflete o desespero de um líder incapaz de enfrentar as consequências da sua própria má gestão".
Também menciona que, "apesar da ausência de um orçamento, a Madeira cresceu e o executivo gastou mais 158,3 milhões de euros do que o inicialmente previsto", o que para este partido evidencia que "a estabilidade orçamental pode ser alcançada se Albuquerque tiver a coragem de 'desamparar a loja' e permitir uma renovação no Governo Regional".
"O que está em causa não é a falta de dinheiro, mas sim a falta de liderança responsável. A Madeira não precisa de ameaças nem de discursos de vitimização; precisa de um presidente que assuma os seus erros e se afaste, permitindo que a região tenha o orçamento e a estabilidade que merece", sublinha Miguel Castro.
No entender do Chega/Madeira, "a solução para a crise é clara: uma reformulação no executivo ou novas eleições, mas sem Miguel Albuquerque, garantindo uma governação que priorize os interesses dos madeirenses acima de tudo".
A discussão das propostas de Orçamento Regional e Plano de Investimentos para 2025 está agendada para dias 09,10 e 11 de dezembro e tem o chumbo anunciado dos três principais partidos da oposição (PS, JPP e Chega), que reúnem a maioria absoluta no parlamento madeirense.
Em 17 de dezembro será também discutida na Assembleia Legislativa da Madeira a moção de censura apresentada pelo Chega ao Governo Regional, que tem aprovação também anunciada pelos partidos da oposição, o que, a confirmar-se, implica a queda do executivo madeirense.
Leia Também: Chega/Madeira não viabiliza orçamento e mantém moção de censura