"Hoje felizmente somos um país democrático, em paz, aberto ao mundo"
António Costa salientou que Portugal é "parte integrante uma grande aliança".
© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images
País António Costa
O primeiro-ministro demissionário, António Costa, afirmou, esta segunda-feira que Portugal é "hoje felizmente um país democrático, em paz, aberto ao mundo" antes do encontro com António Guterres na sede da ONU, em Nova Iorque, nos EUA.
António Costa salientou que o encontro servirá "para se despedir do engenheiro António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas" e também para assinalar os 50 anos do 25 de Abril. O primeiro-ministro destacou que a participação de Portugal nas Nações Unidas mudou após a Revolução de Abril.
"Entre 1961 e 1974, Portugal foi objeto de mais de 50 condenações pelo Conselho de Segurança e pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Hoje felizmente, 50 anos depois, somos um país democrático, em paz, aberto ao mundo e que nos podemos orgulhar de, não só, não estarmos isolados, como de termos um português como secretário-geral das Nações Unidas".
Questionado se a sua presença nos EUA ajudava a campanha de Portugal para o Conselho de Segurança da ONU, António Costa garantiu que espera "que pelo menos não prejudique". "Naturalmente, é uma forma de nós assinalarmos que somos parte integrante uma grande aliança", referiu António Costa.
O encontro entre António Costa e António Guterres aconteceu no âmbito da doação pelo Estado português de uma tapeçaria de Vanessa Barragão, denominada "Coral Vivo", à organização internacional.
A tapeçaria, que "celebra a importância e riqueza dos recifes de coral, um ecossistema com a maior biodiversidade do mundo", vai integrar a exposição permanente no edifício-sede das Nações Unidas e, com a doação, o Governo "pretende valorizar a participação ativa" do país na organização e o seu "papel cimeiro" na agenda dos oceanos, informou o gabinete de António Costa.
Ao mesmo tempo, Portugal reconhece "o papel de António Guterres no combate às alterações climáticas e na defesa intransigente de uma agenda pela sustentabilidade e pela ação oceânica", no ano em que se celebra o 30.º aniversário da Convenção do Direito do Mar da Organização das Nações Unidas (ONU).
Costa afirmou que esta tapeçaria representa também o compromisso de Portugal com os oceanos e com a preservação do planeta.
"Portugal é um país Atlântico, grande parte do seu território é mar e estamos muito empenhados na proteção dos oceanos, desde logo, como elemento fundamental para combater as alterações climáticas e os oceanos serem o grande regulador do clima, pela sua biodiversidade e pela capacidade que tem de fornecer alimentos a todos a nós", disse.
"E fazemo-los através de uma peça de uma jovem artista já nascida bastante depois do 25 de Abril e que constrói as suas tapeçarias com desperdício das fábricas de têxteis. Portanto, é uma forma de reutilizar e reciclar também o desperdício, e é um segundo compromisso que nós temos com aquilo que é a necessidade de preservar o nosso planeta", concluiu.
De salientar que Costa vai marcar presença na reunião de alto nível de chefes de Governo e de Estado da União Europeia que decorre na quinta-feira e sexta-feira, em Bruxelas. Esta poderá ser a última cimeira europeia do primeiro-ministro, dado o resultado das eleições em Portugal.
O Conselho Europeu revelou esta segunda-feira que vai passar um vídeo de despedida.
No cargo de primeiro-ministro desde 2015, António Costa tem sido o representante de Portugal no Conselho Europeu, sendo um dos mais experientes entre os seus homólogos.
[Notícia atualizada às 18h48]
Leia Também: Costa e Guterres encontram-se em doação de tapeçaria portuguesa à ONU
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com