Mariana Mortágua focou-se esta noite, no comício de Coimbra, no projeto do BE para combater as alterações climáticas, um discurso com críticas aos "negacionistas e pessimistas" e durante o qual caiu uma chuvada no exterior perfeitamente audível dentro do pavilhão e que foi aproveitada pela líder do BE: "Estão a ouvir a carga de água? Vamos ter muito mais cheias e vamos ter muito mais seca e isso não é um contrassenso".
No dia em que as declarações do cabeça de lista da AD por Santarém agitaram a campanha, a líder do BE não perdeu a oportunidade de apontar à direita e afirmar que quem "ouvir o discurso do PSD e da IL sobre alterações climáticas percebe que nada, mas mesmo nada, desta agenda de ação climática pode avançar com a direita".
"Com a direita só há retrocesso. O que se retira das declarações do candidato do PSD por Santarém, das justificações de Montenegro ou da tradição negacionista da IL, é sempre o mesmo: querem convencer-nos que travar a crise climática significa cortar empregos, pagar mais impostos, perder conforto nas nossas vidas", condenou.
Segundo Mariana Mortágua, a direita quer "enganar as pessoas" e "pôr as pessoas contra as medidas que são urgentes para combater as alterações climáticas".
"Querem assustar o povo com aquilo que temos que fazer para defender o nosso país, querem impedir que a resposta às alterações climáticas seja debatido como aquilo de facto que é, uma grande oportunidade para uma transformação da nossa economia que garanta uma planificação ecológica e uma resposta de justiça social", criticou.
Focando-se concretamente na agricultura, a líder do BE defendeu que a única forma de a salvar "é transformá-la", apresentando a proposta dos bloquistas para combater essa condenação.
"Uma nova política agrícola e industrial ao serviço do combate às alterações climáticas. A criação de novos empregos qualificados, bem pago, com direitos", enunciou.
Recorrendo ao mote da campanha "fazer o que nunca foi feito", Mortágua defendeu que isso é também "uma condição para enfrentar as alterações climáticas".
"E por isso queremos transportes públicos, e por isso queremos eficiência energética, melhores condições para produção de energia, para criar cidades onde se reduzem as emissões, onde se produz energia limpa, com transportes públicos de qualidade, em que protegemos as pessoas do frio e do calor, onde protegemos as casas das cheias, onde aproveitamos as águas, onde há mais árvores, onde há mais vida", descreveu.
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