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Caso EDP. "Inquirição foi curtíssima" porque não sei "praticamente nada"

Marques Mendes foi ouvido hoje no âmbito do Caso EDP.

Caso EDP. "Inquirição foi curtíssima" porque não sei "praticamente nada"
Notícias ao Minuto

12:05 - 18/01/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

País Marques Mendes

Luís Marques Mendes foi ouvido, esta quinta-feira, no Juízo Central Criminal de Lisboa, no âmbito do Caso EDP. O ex-ministro, que já havia mostrado o seu espanto em ser chamado a testemunhar no caso, voltou a explicar o porquê da sua atitude.

Admitiu ter "dificuldade em perceber o porquê de estar aqui", mas revelou que "o tribunal quis saber se conhecia casos de favorecimento nesta matéria".

"Portanto, foi uma inquirição curtíssima porque o que conheço é praticamente nada", disse, em declarações aos jornalistas, no final da audição.

Ouvido como testemunha, o comentador abordou a sua passagem por uma empresa de energias renováveis, sobretudo biomassa, no período em que Manuel Pinho exerceu funções no Governo de José Sócrates.

Criticou o privilégio que disse ter sido dado a outras energias, como a eólica ou fotovoltaica, mas negou ter conhecimento de que o ex-ministro tivesse favorecido a empresa concorrente Fomentinvest, que operava também no setor energético e da qual o BES era acionista.

"Não tenho nenhum dado sobre favorecimento e nem nunca senti que houvesse intenção de [Manuel Pinho] favorecer essa empresa [Fomentinvest]", alegou o antigo presidente do PSD, acrescentando: "Nunca senti nenhuma intervenção de favorecer este ou aquele. As nossas conversas eram em termos gerais, não sobre a, b ou c".

Marques Mendes salientou também que nunca teve qualquer ligação aos projetos PIN (Potencial Interesse Nacional) - que integram a acusação do Ministério Público (MP) a Manuel Pinho -, embora tenha partilhado uma leitura crítica desse mecanismo.

"Primeiro, porque pressupõe uma atitude discriminatória; segundo, porque acho que é uma solução incomum para resolver um problema, atacando as consequências, mas nunca as causas; finalmente, porque dou valor à perceção pública. Pode dar uma ideia injusta de que há aqui algum favorecimento e isso não me parece bom", resumiu, num depoimento que durou cerca de 30 minutos.

Questionado sobre outros nomes mediáticos que também foram chamados a depor, como Durão Barroso e Passos Coelho, Marques Mendes disse não "fazer ideia" das razões pelas quais foram chamados nem "dos seus depoimentos".

Inicialmente ligada à gestão da empresa elétrica e a alegados favores, a investigação que ganhou o nome de 'Caso EDP' arrancou em 2012 por causa dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC).

Em causa estavam suspeitas de corrupção e participação económica em negócio por parte dos antigos administradores António Mexia e Manso Neto para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o Ministério Público (MP), teriam corrompido o ex-ministro Manuel Pinho.

No entanto, o MP acabou por separar em dezembro de 2022 os processos, ao centrar-se por agora nas suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo (GES) relativamente a Manuel Pinho, Alexandra Pinho e Ricardo Salgado.

[Notícia atualizada às 14h06]

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