Associação Zero pede "acordo europeu ambicioso" sobre gases fluorados

A associação ambientalista Zero pediu hoje um "acordo europeu ambicioso" para os gases fluorados (F-gases), potentes gases com efeito de estufa que são usados na refrigeração e climatização, considerando "vital acelerar" o fim do seu uso.

Aumentos de 100 por cento na venda de aparelhos de climatização

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Lusa
16/09/2023 07:02 ‧ 16/09/2023 por Lusa

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Ambiente

O pedido é expresso num comunicado na data em que se assinala o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozono, sob o tema "Protocolo de Montreal: reparar a camada de ozono e reduzir as alterações climáticas".

Apesar de "amigos" do ozono, os F-gases são potentes gases com efeito de estufa, responsáveis pelo aquecimento do planeta, sendo usados na refrigeração, climatização (ar condicionado, bombas de calor), proteção contra incêndios, aerossóis e espumas.

Em 2022, a Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável já havia considerado a proposta da Comissão Europeia (que será negociada com o Parlamento Europeu e Conselho Europeu) de atualização do regulamento para os F-gases, de 2014, "pouco ambiciosa".

Segundo a Comissão Europeia (CE), a proposta cumpre as metas de redução em pelo menos 55% das emissões poluentes até 2030 e do alcance da neutralidade carbónica até 2050.

O texto propõe a redução de 98% da quantidade de hidrofluorocarbonetos (tipo de gás fluorado) no mercado até 2050 e novas restrições ao uso de F-gases em equipamentos, de acordo com a CE.

Na União Europeia (UE), os F-gases representam 2,5% das emissões de gases com efeito de estufa.

Hoje, em comunicado, a Zero sustenta que "um acordo europeu ambicioso nos F-gases é uma oportunidade urgente e incontornável para salvaguardar a agenda climática", destacando que Portugal "é um dos países da UE com pior desempenho na recolha e no tratamento dos equipamentos em fim de vida que contêm estes gases".

Para a associação ambientalista, "é vital acelerar a eliminação dos gases fluorados" em aplicações onde tal é possível a curto prazo através de "proibições estritas", por exemplo em espumas, refrigeração doméstica e comercial, bombas de calor monobloco e interruptores de média tensão.

A Zero defende também "proibições antecipadas" de gases com Potencial de Aquecimento Global (PAG) superior a 150, exemplificando que os interruptores de alta tensão, que recorrem sobretudo a hexafluoreto de enxofre, com "um temível PAG de 22.200", "podem e devem ser abrangidos na revisão" do regulamento europeu para os F-gases.

O comunicado da associação ambientalista salienta que já existe "um mercado alternativo" aos F-gases baseado em "fluidos frigorígenos naturais", que têm "um PAG praticamente nulo e sem quaisquer implicações adversas para o meio ambiente".

Leia Também: Uma detida e dezenas de ativistas. As imagens da manifestação pelo clima

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