O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve presente, esta terça-feira, na cerimónia que dá início ao novo ano letivo na Universidade de Lisboa, frisando que "há preocupação em cativar estudantes".
Segundo Marcelo, "cativar estudantes, mesmo com investimentos em residências e apoios suplementares, num tempo de carestia em polos metropolitanos na habitação, é missão crescentemente árdua".
O chefe de Estado manifestou ainda preocupação "porque o refazer, permanente, antecipando futuro, exige meios humanos, financeiros e logísticos e o tempo perdido em alcançá-los e em cultivá-los é mesmo irreparavelmente perdido".
"Preocupação porque tenho amiúde dificuldade em entender um ensino superior de futuro no qual os resultados palpáveis em qualidade, de pesquisa, de publicação, não seja fator também relevante para efeito do financiamento atribuído", salientou o Presidente da República.
O chefe de Estado manifestou ainda preocupação, "porque sem diálogo e consenso entre Estado, universidades, docentes e investigadores, acerca do estatuto institucional de todos eles, incluindo estes últimos, vamos desgastando energias e desbaratando oportunidades e sobrepondo o secundário ao essencial".
No que toca à esperança, Marcelo salientou os "passos acabados de anunciar para os jovens" que "revelam uma atenção que importa manter, acelerar e aprofundar".
O chefe de Estado manifestou ainda esperança "no já realizado em diálogo, na ciência como no Ensino Superior, para podermos ter um muito melhor Portugal".
Marcelo salientou que, atualmente, existem "lideranças, estudantes, docentes e investigadores cada vez mais qualificados, exigentes mas disponíveis para o diálogo", "reitores determinados mas inteligentemente sensíveis aos limites dos ajustamentos" e elogiou ainda o "secretário de Estado [do Ensino Superior], experiente e paciente na gestão académica, como demonstrou o recentíssimo acesso ao ensino superior".
O Presidente considerou ainda que a atual ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior é "conhecedora de eleição da ciência e da escola, bem como da importância da ligação à sociedade", que o primeiro-ministro, António Costa, é um "antigo aluno de mérito e responsável associativo liderante persistente, além de por um tempo docente", e ainda que o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, é um "professor empenhado e reputado analista sociopolítico".
Já quanto ao próprio chefe de Estado, Marcelo afirmou-se como um Presidente da República "que não esquece um dia sequer a sua paixão académica".
Neste contexto, Marcelo questionou: "Se não é agora que há razões para forçar e retemperar com urgência, a esperança, quando haverá?".
Recordando o ditado 'a esperança é a última a morrer', Marcelo alerta: "está nas vossas [dos estudantes] e nossas [do Estado] evitar que o adiamento acabe por retardar a morte da esperança".
"Se queremos verdadeiramente um Portugal melhor, a hora de termos a certeza de que a esperança não morra, antes que se converta em realidade é esta, é agora. Amanhã já seria tarde demais", terminou o chefe de Estado.
De notar que a sessão solene de abertura do novo ano académico realiza-se na Aula Magna da Universidade de Lisboa.
[Notícia atualizada às 21h06]
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