FNAM. Nova reunião entre sindicatos dos médicos e tutela "sem resultados"
Em comunicado, a FNAM revela que a proposta do ministério "condiciona de forma imoral o ato médico a critérios economicistas".
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País FNAM
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) afirmou, esta quinta-feira, que a quinta reunião extraordinária com o Ministério da Saúde (MS), depois de 15 meses de negociações, "voltou a não produzir resultados", anunciando que vão mobilizar-se para que se mantenham as formas de luta com greves às horas extraordinárias dos médicos de família.
Em comunicado, a FNAM revela que a proposta do ministério "condiciona de forma imoral o ato médico a critérios economicistas", que usa como "mistificação" o argumento financeiro. "O valor global de um aumento salarial justo é compensado pelo valor que se poupará nos cuidados que estão a ser enviados para o setor privado e no pagamento a prestadores de serviço, além da mais-valia coletiva que significa ter um país dotado de um SNS pleno de capacidades técnicas e humanas", sublinha a federação.
Na ótica da FNAM, continua ainda "sem ser dada resposta à reivindicação dos médicos internos, que, não obstante serem um terço da força de trabalho no SNS [Serviço Nacional de Saúde], continuam sem ver o seu empenho reconhecido ao não serem integrados no primeiro grau da carreira médica".
Assim, a federação dá conta que entregou uma proposta capaz de concretizar a inclusão do internato na carreira médica e que a audiência pedida com o Presidente da República já passou a ofício e está a seguir a sua tramitação para que aí sejam expostas as preocupações.
"O MS não nos deixa outra alternativa do que continuar e aprofundar as formas de luta, desde logo com uma campanha nacional, onde a FNAM vai percorrer o país de Norte a Sul, mobilizando os médicos para manifestarem a sua indisponibilidade em realizar mais do que 150 horas extraordinárias por ano, e assim não aceitarem continuar a trabalhar sob condições desumanas, impróprias para a sua saúde, para a saúde dos utentes e do SNS", remata.
Recorde-se que as paralisações que têm vindo a decorrer inserem-se num conjunto de greves que o SIM anunciou recentemente para protestar contra a ausência de propostas concretas do Governo nas negociações sobre as grelhas salariais e a valorização da carreira que decorrem desde 2022 sem acordo.
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