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Advogado de Morais Pires critica mudança do juiz para atingir "certo fim"

O advogado de Amílcar Morais Pires, ex-responsável financeiro do BES/GES, afirmou hoje que a decisão de levar o seu cliente a julgamento "era expectável", afirmando que o juiz foi colocado no processo para se atingir "um certo fim".

Advogado de Morais Pires critica mudança do juiz para atingir "certo fim"
Notícias ao Minuto

17:43 - 31/07/23 por Lusa

País BES/GES

"Era muito expectável. Pelo modo como correu a instrução, outra coisa não era de esperar, porque a instrução não foi verdadeiramente respeitadora dos direitos de defesa. Designadamente à mudança do juiz", disse Raul Soares da Veiga, advogado de Morais Pires, à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), no Campus de Justiça, em Lisboa, onde hoje o juiz Pedro Santos Correia leu a decisão instrutória que leva o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, e os restantes principais arguidos no processo da derrocada do BES a julgamento pelos crimes constantes na acusação do Ministério Público.

Para Soares da Veiga, neste processo a justiça "esteve malíssima", nomeadamente com a substituição de Ivo Rosa a meio da fase de instrução do processo, comentando que "nunca se viu isso".

"Não me espanta este resultado da instrução, foi um mero formalismo, não teve substância verdadeira, porque estava um juiz a dirigir as coisas e de repente mudaram o juiz, passou a haver um outro juiz caído do céu. Dessa forma não se consegue trabalhar", disse.

Soares da Veiga, que disse considerar o juiz Pedro Santos Correia "uma pessoa respeitável" em relação à qual não tem nada contra, disse também que o juiz "foi posto [neste processo] para um certo fim que é prosseguido".

O ex-presidente do BES Ricardo Salgado vai ser julgado pelos 65 crimes de que estava acusado, de acordo com a decisão instrutória lida esta tarde no TCIC, em Lisboa.

No dia 14 de julho de 2020, a investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) traduziu-se na acusação a 25 arguidos (18 pessoas e sete empresas), entre os quais o antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES), Ricardo Salgado. Foram imputados 65 crimes ao ex-banqueiro, nomeadamente associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada, branqueamento, infidelidade e manipulação de mercado.

Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.

Segundo o MP, cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

Leia Também: BES/GES. Defesa de Salgado critica decisão para "cumprir calendário"

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