Aprovada audição dos ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros
A Comissão de Defesa aprovou hoje a audição conjunta da ministra da Defesa Nacional e do anterior titular do cargo e atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Gomes Cravinho, sobre "os factos vindos a público" que envolvem Marco Capitão Ferreira.
© Lusa
País Ministério da Defesa
A audição, requerida pelo PSD e Chega, foi aprovada por unanimidade na reunião que decorreu esta tarde, no parlamento.
A data para ouvir os ministros não ficou definida, mas deverá acontecer até à próxima quarta-feira, segundo o presidente da comissão.
O ex-secretário de Estado Marco Capitão Ferreira deveria estar hoje presente na audição da comissão parlamentar de Defesa para prestar esclarecimentos sobre um contrato de assessoria que o próprio assinou com a Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) antes de assumir o cargo de secretário de Estado, mas na terça-feira à noite comunicou que não iria estar, invocando a sua atual condição de arguido no âmbito do processo "Tempestade Perfeita".
Os governantes vão ser ouvidos em conjunto, após proposta do PS para viabilizar os requerimentos.
O socialista Francisco César considerou que a audição devia ser conjunta porque se trata da mesma matéria e do mesmo ministério, facilitando até a sequência temporal dos acontecimentos.
"Achamos que é melhor para o esclarecimento público e não temos de ficar à espera de outra audição e de outro ministro", justificou.
O objetivo é que a matéria seja "devidamente esclarecida", referiu o deputado.
Apesar da recusa de Marco Capitão Ferreira, o deputado do PSD Jorge Paulo Oliveira, que não teceu considerações sobre esta decisão, entendeu que as dúvidas se mantêm e precisam de ser esclarecidas.
E, acrescentou, se não for por ele, têm de ser por outros, nomeadamente pelo antigo e atual ministra da Defesa Nacional.
Lamentando a ausência do ex-secretário de Estado, o deputado do Chega Pedro Pessanha considerou "imperativo" que Helena Carreiras esclareça "cabalmente" o ministério que tutela.
Em declarações aos jornalistas no parlamento, ao mesmo tempo que decorria a reunião da comissão, o presidente do Chega indicou que o partido ia "insistir em trazer Marco Capitão Ferreira ao parlamento", o que não aconteceu.
Também o deputado da Iniciativa Liberal (IL) Rodrigo Saraiva observou que "há muito" para explicar, motivo pelo qual viabilizou a audição dos governantes.
Comentando que PSD e Chega anteciparam a intenção do Bloco de Esquerda (BE) em solicitar a presença de Helena Carreiras e João Gomes Cravinho porque, segundo o deputado Pedro Filipe Soares, existem suspeitas na praça pública e, sejam elas válidas ou não, é "pertinente" a audição deles.
Marco Capitão Ferreira, cuja exoneração foi aceite pelo Presidente da República, foi, entretanto, constituído arguido no âmbito do processo "Tempestade Perfeita", que levou hoje a Polícia Judiciária a fazer buscas no Ministério da Defesa.
[Notícia atualizada às 17h43]
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