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Apifarma alerta para riscos de revisão legislativa em Bruxelas

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) alertou hoje que a revisão legislativa do setor proposta pela Comissão Europeia (CE) representa um risco no acesso dos doentes aos tratamentos inovadores na Europa.

Apifarma alerta para riscos de revisão legislativa em Bruxelas
Notícias ao Minuto

20:48 - 28/04/23 por Lusa

País Farmacêutica

Em comunicado, a Apifarma disse esperar que o processo legislativo, que agora prossegue no Parlamento Europeu e no Conselho Europeu, possa "introduzir as correções necessárias para garantir que a Europa seja um território que promove e defende a inovação terapêutica".

A CE propôs na quarta-feira a maior reforma em 20 anos da legislação farmacêutica da União Europeia, com vista a colmatar "lacunas significativas" e eliminar as grandes disparidades no acesso a medicamentos que se verificam atualmente entre os Estados-membros.

Na reação às medidas avançadas por Bruxelas, a associação que representa 116 empresas portuguesas do setor chamou à atenção para o "impacto significativo na atividade da indústria farmacêutica na Europa e em Portugal", caso as propostas legislativas se mantenham inalteradas.

Para a Apifarma, a nova Estratégia Farmacêutica Europeia, que inclui a Revisão da Legislação Farmacêutica, deve constituir uma oportunidade para promover a "tão necessária reindustrialização" nesta área.

"Assim, a Europa conseguirá ser autossuficiente, evitando e mitigando ruturas de fármacos, como as verificadas recentemente com a pandemia e com a guerra da Ucrânia, e garantirá um acesso mais rápido e equitativo a terapêuticas inovadoras", avançou o comunicado.

De acordo com a associação, a legislação comunitária agora proposta fará do continente europeu um território ainda mais afastado da inovação, "agravando e agudizando a dependência externa" face a outros blocos.

"Em vez de apostar na inovação, esta nova estratégia farmacêutica centra-se na redução do período de proteção da propriedade intelectual (de oito para seis anos), o que terá um efeito inibidor na atratividade da investigação, desenvolvimento e disponibilização no acesso da população a novos medicamentos", alertou a Apifarma.

Além disso, a entidade que representa o setor em Portugal refere que a proposta da nova legislação "penaliza a indústria inovadora" quando um medicamento não esteja disponível em todos os mercados da União Europeia dois anos após a autorização da sua comercialização.

Dadas as especificidades de cada um dos 27 mercados de cada Estado-membro, bem como as diferentes autoridades regulatórias de cada país, este objetivo "é impossível de alcançar", alega a Apifarma, que apela às entidades europeias e portuguesas para que defendam a manutenção da estabilidade e previsibilidade legislativas no que se refere à proteção da propriedade industrial e no apoio às medidas apresentadas pela indústria.

De acordo com Bruxelas, um dos grandes objetivos desta revisão da legislação comunitária no setor farmacêutico é "criar um mercado único de medicamentos que garanta a todos os pacientes da UE um acesso atempado e equitativo a medicamentos seguros, eficazes e a preços acessíveis", pois os medicamentos autorizados na União "ainda não estão a chegar aos doentes com rapidez suficiente e não estão igualmente acessíveis em todos os Estados-membros", tanto a nível de celeridade como de preço.

"Existem lacunas significativas na resposta às necessidades médicas não satisfeitas, às doenças raras e à resistência antimicrobiana", aponta o executivo comunitário, que pretende através da nova legislação "aumentar a disponibilidade e garantir que os medicamentos possam ser sempre fornecidos aos doentes, independentemente do seu local de residência na UE".

Com as suas propostas, Bruxelas pretende também "oferecer um quadro atrativo e propício à inovação para a investigação, o desenvolvimento e a produção de medicamentos na Europa", tornar os medicamentos mais sustentáveis do ponto de vista ambiental, e "reduzir drasticamente a carga administrativa, acelerando significativamente os procedimentos e reduzindo os prazos de autorização dos medicamentos, para que estes cheguem mais rapidamente aos doentes".

Leia Também: Apifarma diz que aumento de preços dos medicamentos é "insuficiente"

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