O Ministério dos Negócios Estrangeiros português condenou, esta segunda-feira, a sentença de 25 anos de prisão aplicada por um tribunal de Moscovo contra o ativista e jornalista russo Vladimir Kara-Murza por várias acusações, incluindo traição.
“Portugal condena a sentença politicamente motivada contra o líder da oposição Vladimir Kara-Murza”, lê-se numa nota publicada na rede social Twitter.
Na nota, o ministério tutelado por João Gomes Cravinho acrescentou que Portugal se “associa à declaração da União Europeia”.
A declaração em causa “condena veementemente a decisão de um tribunal de Moscovo de condenar o político da oposição, ativista da democracia e crítico declarado do Kremlin Vladimir Kara-Murza a 25 anos de prisão com base em acusações de motivação política”.
De acordo com a nota divulgada pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, “a decisão ultrajantemente dura de hoje do tribunal demonstra mais uma vez de forma clara o abuso político do poder judicial para pressionar ativistas, defensores dos direitos humanos e quaisquer vozes que se oponham à guerra ilegítima de agressão da Rússia contra a Ucrânia”.
Portugal condena a sentença politicamente motivada contra o líder da oposição Vladimir Kara-Murza e associa-se à declaração da União Europeia.
— Negócios Estrangeiros PT (@nestrangeiro_pt) April 17, 2023
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O chefe da diplomacia europeia nota que "este julgamento não cumpriu os padrões internacionais de uma audiência justa e pública por um tribunal competente, imparcial e independente", até porque "as audiências do tribunal foram inacessíveis aos observadores".
Esta segunda-feira, um tribunal russo anunciou que considerou Kara-Murza culpado de "alta traição", de espalhar "informações falsas" sobre o exército russo e trabalho ilegal para uma "organização indesejável". O opositor foi condenado a uma pena cumulativa de 25 anos numa colónia penal, que implica condições de prisão mais rígidas.
Em prisão preventiva desde abril de 2022, Kara-Murza foi aparentemente alvo de duas tentativas de assassínio, em 2015 e 2017, que atribui às autoridades russas.
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