Lei da Paridade? Montenegro votou contra, mas diz que está "convertido"

O presidente do PSD confessou, esta terça-feira, ser "um convertido" à chamada lei das quotas, apesar de ter votado contra quando era deputado, e disse esperar não ser necessário legislar sobre a desigualdade salarial nas empresas.

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Lusa
07/03/2023 20:31 ‧ 07/03/2023 por Lusa

Política

Igualdade de género

Na véspera do Dia Internacional da Mulher, que se assinala em 8 de março, Luís Montenegro encerrou um encontro sobre 'Mulheres e o Mercado de Trabalho' que contou com a presença de Manuela Ferreira Leite, ex-presidente do PSD.

"Relativamente às quotas, eu sou um dos convertidos, no Parlamento votei convictamente contra. Por princípio, todos defendemos uma sociedade onde o crescimento se baseia na avaliação do que fazemos, no mérito, nos resultados. Mas, quando nós estamos a falar de um processo de mentalidade coletiva, de cultura, de forma de organização que vem de muitos anos, às vezes só com um toque mais impositivo se pode estimular o que vem a seguir", disse.

Montenegro recordou as discussões sobre a Lei da Paridade, aprovada na versão original em 2006, e de que algumas deputadas o avisaram que um dia esta iria ser "a lei da quota dos homens".

"Não tenho dúvidas", afirmou, admitindo que "o empurrão legislativo" superou as expectativas, apesar de ao início ter sido necessário andar "à procura de mulheres à força" para perfazer um terço das listas com um dos géneros.

Já quanto à desigualdade salarial entre homens e mulheres, Montenegro considerou-a "muito difícil de perceber" e disse esperar não ser necessário um "impulso legislativo" e ter de interferir na política das empresas em matéria de retribuições.

"Temos legislação laboral, se o assunto não se resolver, teremos de fazer qualquer coisa para dar um desfecho diferente", admitiu.

Neste encontro, a única mulher que liderou o PSD, Manuela Ferreira Leite, apontou, mais do que a equidade de género, o envelhecimento e a baixa natalidade como os principais problemas do país e deixou um alerta, que avisou previamente ser "muito violento".

"Estamos a caminho, se não mudarmos a situação, de Portugal vir a ser o Alentejo da Europa: uma região muito bonita, extremamente atrativa, ótima para se descansar, para se apanhar sol e para comer bons petiscos, mas morta e sem vida", disse.

Menos drástico nas palavras, Luís Montenegro concordou com o diagnóstico: "Falta a Portugal uma política duradoura efetiva de remoção dos obstáculos à natalidade desejada e, dentro dessa, a conciliação da vida familiar com a vida profissional é talvez a trave mestra".

Na véspera de um debate marcado pelo PSD sobre violência doméstica no parlamento, Luís Montenegro lamentou os números de mulheres e crianças mortas por este crime, defendendo que a sociedade "só será justa quando este número for zero".

Leia Também: Obras reeditadas com apelidos maternos para homenagear as mulheres

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