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Cascais. Mulher violada por padre fez queixa na GNR e foi ao hospital

Acusado ofereceu 300 euros à mulher em troca de silêncio sobre a violação.

Cascais. Mulher violada por padre fez queixa na GNR e foi ao hospital
Notícias ao Minuto

08:45 - 02/08/22 por Marta Amorim

País Abusos sexuais

A vítima, 'Maria' - nome fictício - e o alegado agressor, João Cândido da Silva, eram amigos de longa data, reencontraram-se numa confissão e iniciaram um caso amoroso. O homem, capelão do hospital de Alcoitão, terá depois violado a mulher, que apresentou queixa na GNR e teve de ser assistida no hospital.

Segundo conta a vítima, viúva, em declarações à CNN Portugal, o caso entre ambos iniciou-se quando se foi confessar, no final do ano passado.

"Eu fui para me confessar. Confessei-me, mas nesse dia, quando me estava a confessar, ele tirou a estola e disse: isto não é uma confissão, somos amigos. Eu vou esquecer que isto é uma confissão. A conversa prolongou-se e ficámos até à meia noite na conversa. Naquele momento não estava a ser padre ou algo parecido", disse. 

Os encontros ocorriam na Capela da Ressureição, em Cascais, e terão ocorrido entre finais do ano passado e inícios de 2022.

A mulher acusa João Cândido da Silva de a ter agredido a 23 de junho deste ano e não ter acatado os pedidos para que parasse. “Ele quis sexo à bruta, queria que eu fosse a escrava sexual dele. Bateu-me, deixou-me toda negra. Eu gritava para ele parar — ‘Pára, João! Pára, João!’ — e ele não parou”, recorda.

A mulher conduziu até casa e um vizinho terá  chamado uma ambulância. Garante ainda que os exames feitos no hospital constam do processo.

'Maria', revela ainda, terá sido confrontada pelo padre, quando este soube da queixa. A mulher garante que este lhe ofereceu 300 euros em troca de silêncio e que terá pedido perdão.  “Tu vais preso. Vais pagar pelo que me fizeste a mim e a mais alguém", ter-lhe-á respondido. 

Na mesma entrevista ao canal de televisão, a mulher afirmar ainda que D. Manuel Clemente terá pedido para não contar o sucedido "às televisões". 

À TVI, o Patriarcado de Lisboa disse que "não foi pedida nenhuma ocultação" do caso. 

Patriarcado afastou padre

O Patriarcado de Lisboa anunciou o afastamento do padre depois de ter recebido a denúncia sobre um “possível crime de violação” praticado pelo sacerdote num comunicado de imprensa. Nesse mesmo comunicado, indicava ter comunicado o caso “às autoridades civis competentes” e sublinhava não se tratar de um crime contra um menor de idade.

"Ouvida a vítima e o sacerdote", o Patriarcado de Lisboa "decidiu dar início aos procedimentos canónicos previstos para este tipo de casos e afastou o padre de todas as suas funções até ao apuramento dos factos". 

Leia Também: Abusos na Igreja? "Houve, de facto, a ocultação de um criminoso"

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