Abusos na Igreja? "Houve, de facto, a ocultação de um criminoso"

Para Ana Gomes, "a desculpa de que a vítima não queria divulgação pública não pode servir, porque comunicar às autoridades judiciais não é divulgação pública do nome da vítima".

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Notícias ao Minuto
01/08/2022 08:01 ‧ 01/08/2022 por Notícias ao Minuto

País

Ana Gomes

O escândalo do abuso sexual que abalou a Igreja Católica em Portugal, que culminou, até ao momento, numa carta aberta onde o cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, procurou esclarecer o que "testemunhou" no caso do padre acusado de abuso denunciado em 1999 ao anterior Patriarca, José Policarpo, foi um dos temas do comentário deste domingo de Ana Gomes, na SIC Notícias

"Fiquei muito preocupada com as notícias e ainda mais preocupada com os esclarecimentos que a Igreja veio depois dar, que só intensificaram as questões que muitos puseram, incluindo eu própria", começou por afirmar, acrescentando que também "confirmaram que houve, de facto, a ocultação de um criminoso"

"E não é só no passado, é mesmo em 2019, já depois de ser clara a orientação da Igreja, do Papa, de tudo ser comunicado às autoridades para que tudo se investigasse", adicionou Ana Gomes. 

Para a comentadora, "a desculpa de que a vítima não queria divulgação pública não pode servir, porque comunicar às autoridades judiciais não é divulgação pública do nome da vítima".

"Não se percebe como é que o Patriarcado continua com esta posição, depois de serem tão claras as orientações dadas"

Na opinião da ex-candidata presidencial, o Cardeal Patriarca que "está resignatário, sairá em breve", poderia "sair em grande se fizesse aquilo que o Papa fez no Canadá, que foi admitir o erro". "Isso sim seria uma mensagem poderosa, resgatadora da credibilidade da Igreja". 

De recordar que o Cardeal Patriarca de Lisboa terá tido conhecimento de um caso de abuso sexual de menores e chegou mesmo a encontrar-se com a vítima, tendo decidido não fazer queixa junto das autoridades competentes, avançou o Observador.

De acordo com a publicação, para além de não ter denunciado a situação, D. Manuel Clemente manteve o alegado agressor nas funções da capelania. O responsável denunciado terá continuado a gerir uma associação privada que acolhe famílias, jovens e crianças.

Segundo explica o Observador, o mais alto responsável católico em Portugal não terá denunciado o caso porque a vítima não quis tornar o seu caso público. A explicação terá sido dada à publicação pelo Patriarcado, que acrescentou que a vítima só queria que os abusos, que terão acontecido nos anos 90,  não continuassem.

Leia Também: Patriarca reage em carta aberta: "Tolerância Zero desde a primeira hora"

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