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MAI critica líder do PSD por usar fogos "como arma de arremesso político"

O ministro da Administração Interna criticou hoje o presidente do PSD por ter utilizado os incêndios florestais "como arma de arremesso político-partidária", considerando que "só por falta de informação" poderá alguém "formular considerações públicas de tamanha leviandade".

MAI critica líder do PSD por usar fogos "como arma de arremesso político"
Notícias ao Minuto

20:37 - 04/07/22 por Lusa

Política Incêndios

"Já há muito que não víamos utilizar os incêndios florestais como arma de arremesso político-partidária", disse José Luís Carneiro, em conferência de imprensa de balanço da atuação das forças de segurança na Conferência dos Oceanos e no Fórum do Banco Central Europeu, eventos que decorreram na semana passada em Lisboa e Sintra.

O ministro foi questionado sobre as declarações que Luís Montenegro fez em Pedrógão Grande, Leiria, durante a sua primeira deslocação enquanto líder do partido em exercício de funções, onde pediu ao primeiro-ministro, António Costa, para pôr ordem na casa, ao referir-se à Carta de Perigosidade, e apelou ao Governo para preparar a época de incêndios.

"Que o primeiro-ministro ponha ordem na casa, possa pôr os ministros todos a falar a uma só voz, possa ter uma coordenação interministerial que dê confiança às populações e confiança aos autarcas, para poderem criar soluções de resposta a problemas graves que existem e este é um deles", disse o presidente do PSD, referindo-se à Carta de Perigosidade.

José Luís Carneiro afirmou que não se pronunciou "em momento algum sobre a carta de perigosidade", explicando que há "uma deliberação do Conselho de Ministros que é clara, pública e está disponível".

"A deliberação do Conselho de Ministros adia a implementação da carta de perigosidade e remete para os poderes sub-regionais a possibilidade de aferir os termos de implementação. Só mesmo a falta de informação e de cuidado na leitura de documentos que são oficiais e públicos é que permitirá formular considerações públicas de tamanha leviandade", sustentou.

O ministro da Administração Interna disse ainda que a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil poderá "apresentar toda a estratégia de prevenção e de combate aos incêndios que está estabelecida e que está trabalhada com uma multiplicidade de atores que no país dão o melhor de si para salvaguardar pessoas e para garantir a proteção da floresta e para proteger o património e as pessoas".

A Carta de Perigosidade de Incêndio Rural, publicada sob aviso em Diário da República em 28 de março, é um instrumento para planeamento das medidas de prevenção e combate a incêndios rurais, para definição dos condicionamentos às atividades de fruição dos espaços rurais.

Em 10 de junho, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, afirmou que a entrada em vigor da Carta de Perigosidade iria ser suspensa até 31 de dezembro para permitir a sua revisão e "acautelar preocupações" manifestadas pelos agentes do território.

Em 21 de junho, o PS disse que a Carta de Perigosidade não foi suspensa, "como se pretendia", mas que está disponível para a corrigir, aperfeiçoar e "ultrapassar os constrangimentos" atuais.

Este instrumento tem motivado críticas de várias comunidades intermunicipais, municípios e por associações como a Federação Nacional dos Baldios (BALADI) e a Associação Florestal de Portugal (Forestis).

A semana passada, o Conselho de Ministros aprovou o decreto-lei que permite às comissões sub-regionais de gestão integrada de fogos rurais que "adaptem as áreas prioritárias de prevenção e segurança à realidade territorial e às necessidades das ações de proteção contra incêndios rurais até 31 de março do próximo ano", sendo que "até lá, mantêm-se em vigor as cartas de perigosidade constantes dos atuais Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios".

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