Numa visita a Paço de Arcos, em Oeiras, feita no âmbito do Roteiro para a Justiça Climática organizado pelo Bloco de Esquerda, Catarina Martins subiu ao topo do Alto das Lebres, em pleno Vale da Terrugem, para observar a zona de Caxias Norte, onde acusam a Câmara Municipal de ter aprovado um plano de construção de 16 edifícios novos em terreno classificado como Reserva Ecológica Nacional (REN).
"Já percebemos que [o presidente da Câmara Municipal de Oeiras] Isaltino Morais gosta mesmo de negócios de euromilhões, com construtoras e donas de terreno privados e alterando o uso dos terrenos de forma administrativa. E o Governo, também é isso que vai autorizar? O Ministério do Ambiente vai ficar parado enquanto vê terrenos de Reserva Ecológica Nacional (REN) a servirem para negócios imobiliários? E é essa pergunta que se coloca", inquiriu.
Agora, em comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso, Isaltino Morais responde, dizendo que "o Município de Oeiras tem, em fase de aprovação, um parque empresarial promovido por um consórcio entre a Teixeira Duarte e a China Construction Company, em terrenos numa antiga pedreira, em Caxias, a Pedreira das Perdigueiras". Segundo este, num investimento estimado em mais de "300 milhões de euros, que se prevê criar mais de 2000 postos de trabalho".
Admitindo que caso o empreendimento seja bem-sucedido, é "provável" que haja lugar à criação de riqueza, de postos de trabalho e lucro, tudo "conceitos espúrios para os radicais que, para os comuns mortais, são positivos".
O presidente da Câmara Municipal de Oeiras atira que sem criação de riqueza "os salários dos portugueses não crescem".
"Sem trabalho o País não evolui (sabemos que trabalho não é coisa muito habitual para os radicais, mas a maior parte dos portugueses precisam de trabalhar para ganhar a vida) e sem perspetiva de lucro não há investimento privado", afirma.
Mas Isaltino continua, atacando Catarina Martins. "Percebemos que a líder daquele partido de extrema esquerda radical não aprecie a qualidade de vida e os bons indicadores de Oeiras, há muito que defendemos uma sociedade livre, inclusiva e de bem-estar, provavelmente muito distante da Albânia sonhada pelos radicais do Bloco de Esquerda", pode ler-se no comunicado.
Afiançando que "provavelmente a líder da extrema esquerda radical não conhecerá a realidade de Oeiras", refere que naquele município "há terreno social fértil para vender as suas propostas de banha da cobra, que vêm dividindo os portugueses e atrasando Portugal".
"Quando a líder dos radicais da extrema esquerda fala de enriquecimento das elites estará a referir-se à média salarial mais elevada do País? Aos programas de habitação da população carenciada, da classe média ou dos jovens? À universalização do acesso ao ensino superior que promovemos para todos os jovens do Concelho?" pode ler-se ainda na missiva.
Isaltino Morais termina a resposta ao Bloco de Esquerda com a nota de que Oeiras, "nos seus curtos 46Km2 e com apenas 1,7% da população do País representa 13% do PIB e tem os melhores indicadores de desenvolvimento de Portugal".
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