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Parques de Sintra disponível para analisar reivindicações de sindicatos

A Parques de Sintra, que gere alguns dos monumentos da vila, assegurou, esta quinta-feira, que continua disponível para analisar todas as reivindicações de qualquer entidade sindical, indicando que no início do ano foi aplicada uma revisão das tabelas salariais.

Parques de Sintra disponível para analisar reivindicações de sindicatos
Notícias ao Minuto

16:44 - 14/04/22 por Lusa

País Parques de Sintra

A sociedade, que gere os parques e palácios da Pena e de Monserrate, bem como o Castelo dos Mouros, o Convento dos Capuchos e os palácios nacionais de Sintra e de Queluz, falava na sequência de uma greve dos trabalhadores marcada para os próximos três dias.

Os trabalhadores da Parques de Sintra -- Monte da Lua (PSML) vão estar em greve entre sexta-feira e domingo pela valorização dos salários, uma luta que pode levar à não abertura de alguns monumentos por falta de funcionários.

Em declarações à agencia Lusa, a dirigente sindical Maria José Rosa, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), disse que alguns monumentos poderão efetivamente não abrir por falta de funcionários no fim de semana da Páscoa.

"Sabemos que não vai haver bilheteiras, nem lojas, nem pessoas de apoio ao visitante em, pelo menos, três monumentos, Palácio de Monserrate, Convento dos Capuchos e Palácio de Queluz", disse.

A greve foi decidida num plenário realizado em 05 de abril e os trabalhadores reivindicam, além da valorização salarial e das carreiras, uma resposta concreta da empresa Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML) ao caderno reivindicativo, assim como a retoma imediata da negociação do Acordo de Empresa.

Questionada pela Lusa, a Parques de Sintra-Monte da Lua explicou que "a pandemia da covid-19 provocou um efeito nefasto no setor do turismo, originando, nos últimos dois anos, uma radical quebra da faturação da Parques de Sintra, que depende inteiramente das receitas provenientes das visitas e dos serviços que oferece, não recebendo contributos do Orçamento do Estado".

Contudo, a sociedade assegurou que "continua disponível para analisar todas as reivindicações de qualquer entidade sindical" e adiantou que, "perante a expectativa de uma possível retoma, aplicou, no início deste ano, uma revisão das tabelas salariais do atual Acordo de Empresa".

A Parques de Sintra referiu ainda que celebrou, em 2019, pela primeira vez, um Acordo de Empresa que consagrou carreiras e categorias adequadas às diversas funções existentes e concretizou uma melhoria das condições laborais relativamente ao previsto no código do trabalho, indicando que foi assim possível consolidar um sistema para a progressão de carreiras.

Além disso, desde 2020 que passou a garantir a todos os seus trabalhadores um seguro de saúde pessoal.

"A Parques de Sintra continuará empenhada em garantir uma gestão prudente e rigorosa de recursos, para que possa dar continuidade à importante missão que lhe foi confiada, de gestão e preservação de um património único, e de forma a assegurar os direitos e a valorização dos seus trabalhadores, que são, de resto, uma prioridade para a administração da empresa", frisou a sociedade.

O STAL, que entregou o pré-aviso de greve, referiu, contudo, que "foi assinado um 'pseudo-acordo' com um outro sindicato que consegue ser pior do que o Código do Trabalho" e que "os trabalhadores continuam a ver os seus salários e carreiras desvalorizados".

"Aqueles que estão há mais de uma década na empresa foram apanhados pelo Salário Mínimo Nacional, sem perspetiva de serem aumentados para além disso, enquanto a PSML recolhe milhões de euros em lucro e ganha prémios internacionais graças ao trabalho dos trabalhadores", disse o STAL em comunicado.

Em declarações à Lusa, Maria José Rosa referiu que não tem existido qualquer aumento do salário, recebendo os trabalhadores 10 euros acima do salário mínimo nacional, sem perspetiva de progressão na carreira.

"Enviámos cadernos reivindicativos e, até hoje, não tivemos resposta da empresa", disse.

A empresa tem cerca de 400 trabalhadores e o STAL reivindica um aumento geral dos salários de 90 euros para cada um, o combate ao recurso sistemático a empresas de trabalho temporário e a assinatura imediata de um Acordo de Entendimento que contemple a redução dos horários para 35 horas semanais.

A definição do salário base acima do salário mínimo nacional, a valorização da antiguidade dos trabalhadores e o aumento igual para todos do subsídio de refeição e cláusulas pecuniárias são outras reivindicações.

A PSML foi criada em 2000, na sequência da classificação pela UNESCO da Paisagem Cultural de Sintra como Património da Humanidade, e possui como acionistas o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, a Direção Geral do Tesouro e Finanças (que representa o Estado), o Turismo de Portugal e a Câmara Municipal de Sintra.

Leia Também: Trabalhadores da Parques de Sintra em greve de sexta-feira a domingo

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