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Ativos russos? "Não vamos estar à espera que outros tomem a iniciativa"
Ana Gomes defende que, sabendo que em Portugal há mais de 400 beneficiários russos de vistos gold, o país deveria tomar a iniciativa de "os congelar em função destas sanções", começando por Roman Abramovich, um caso que "todos conhecemos".
© Global Imagens
País Guerra na Ucrânia
A ex-deputada no Parlamento Europeu, Ana Gomes, esteve esta quarta-feira na SIC Notícias a comentar o desenvolvimento da tensão entre a Rússia e a Ucrânia e sublinhou que as sanções até agora anunciadas "não bastam" para travar Putin.
"Não bastam, mas são importantes em si, têm é de ser corretamente aplicadas", começou por explicar.
No caso português, Ana Gomes aponta que "em Portugal, sabendo nós que temos 418 vistos gold atribuídos a cidadãos russos e sabendo nós que eles vivem como todos os outros beneficiários de vistos gold, com a proteção do segredo que as autoridades portuguesas determinaram, não sabemos se são oligarcas ligados a Putin ou a origem da fortuna e se está aqui investida". Perante isto, a ex-candidata presidencial defende que cabe às autoridades portuguesas "tomar a iniciativa".
"Não vamos estar à espera que sejam os americanos, ou outros países europeus a dizer-nos que tomemos a iniciativa de identificar quais os ativos russos aqui investidos e de os congelar em função destas sanções", sublinha Ana Gomes começando por um caso que "todos conhecemos", o de Roman Abramovich.
"A cidadania portuguesa nunca deveria ter sido concedida a Abramovich. É um caso de um oligarca próximo de Putin que, inclusivamente, foi impedido de ter residência no Reino Unido, um dos países que inventou estes vistos gold e que acabou por reconhecer que é um esquema facilitador da corrupção e criminalidade", defendeu.
Ana Gomes sublinha que em Portugal o que se pode fazer é identificar todos os beneficiários russos de vistos gold e aplicar-lhes as sanções devidas, como congelar os ativos que aqui possuam.
No caso em concreto de Roman Abramovich, a antiga diplomata afirma que "não há nenhuma desculpa" para o governo português não atuar.
Leia Também: "Que um raio silencie o tiranete assassino antes que nos ponha em guerra"
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