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Emigração portuguesa é maioritariamente não qualificada

O secretário de Estado das Comunidades negou hoje que a emigração esteja a aumentar exponencialmente e sobretudo entre licenciados, sublinhando que "as migrações são uma constante" em Portugal e construção e hotelaria ainda são os setores mais procurados.

Emigração portuguesa é maioritariamente não qualificada
Notícias ao Minuto

15:46 - 12/03/14 por Lusa

País José Cesário

"A maioria dos que sai não corresponde ao universo dos jovens licenciados à procura do primeiro emprego ou desempregados. Continuamos a ser confrontados com saídas maciças na construção civil", disse José Cesário na sessão de abertura da conferência "Emigração Portuguesa Contemporânea", que decorre hoje e quinta-feira em Lisboa.

Em declarações aos jornalistas no final da intervenção, o governante sublinhou ser necessário "que a sociedade portuguesa perceba que as migrações são uma constante da sua história".

"Ao longo de centenas de anos, os portugueses saíram de Portugal como saem hoje, uns por necessidade, outros por opção. Que não nos envergonhemos desse fenómeno e que o tratemos com seriedade e com frontalidade", disse Cesário.

Para o responsável, é preciso abordar "os dramas" que a emigração implica, mas também "o grande potencial" de haver 2,2 milhões de portugueses, nascidos em Portugal, e que vivem noutros países.

José Cesário estima que em 2012 tenham saído de Portugal cerca de 120 mil pessoas, o que representa um aumento face ao período antes da crise da dívida, mas que "não é maciço", afirmou.

"Em 2008, facto que ninguém divulgava, emigravam três a quatro vezes mais pessoas para Espanha do que hoje. Chegámos a ter uma comunidade de 140 mil pessoas [em Espanha], hoje temos 80 mil", recordou, admitindo que há casos, como o do Reino Unido, que têm tendências opostas.

Em termos globais, reconheceu o secretário de Estado, "houve mais pessoas a emigrar em 2012 do que em 2005 ou 2006", mas a desproporção não é tão evidente como pode parecer.

"A questão de fundo é que durante muitos anos houve uma tendência de omitir um fenómeno que era mais do que evidente", disse.

Outro mito que Cesário tentou hoje desmistificar é a ideia de que a maioria dos emigrantes portugueses é licenciada: "Nada mais falso", disse na sua intervenção.

Dos cerca de 94 mil portugueses residentes no Luxemburgo, exemplificou, só dois por cento têm presença no setor financeiro, seguros e atividades especializadas e científicas. E nesses estão incluídos os portugueses e os binacionais, muitos dos quais já nasceram lá, sublinhou.

"A maior parte das pessoas que sai de Portugal hoje ainda se destina às atividades económicas a que se destinaram muitos dos que saíram nas décadas de 1990 ou 1980, a construção civil, a hotelaria, as limpezas", reiterou.

Mesmo para Angola, um dos novos destinos da emigração portuguesa, para onde o secretário de Estado estima que saiam cerca de 20 mil portugueses por ano, a maior parte dos que saem vão para a construção civil, acrescentou.

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