Portugueses querem ser ouvidos sem participar na Conferência sobre Futuro
A quase totalidade dos portugueses inquiridos num barómetro europeu hoje divulgado defende que as decisões futuras da União Europeia (UE) devem acautelar as opiniões dos cidadãos, mas 64% diz dispensar participar ativamente na Conferência sobre Futuro da Europa.
© Reuters
País UE/Presidência
Em causa está o Eurobarómetro Especial sobre o Futuro da Europa, hoje divulgado e para o qual foram ouvidos 1.027 portugueses num total de 27.034 cidadãos europeus com mais de 15 anos entre os dias 22 de outubro e 20 de novembro de 2020, nos 27 Estados-membros da UE.
Segundo os resultados deste inquérito, hoje divulgado, 96% dos portugueses questionados considera que as vozes dos cidadãos devem ser mais tidas em conta nas decisões relacionadas com o futuro europeu, acima da média comunitária (92%).
Porém, quando questionados se estariam dispostos a participar pessoalmente, enquanto cidadãos, nas atividades sobre a Conferência sobre o Futuro da Europa, 64% dos inqueridos portugueses diz que não, enquanto outros 34% manifestam essa vontade e 2% dizem não saber.
No conjunto da UE, 51% dos cidadãos inquiridos dizem querer participar na Conferência sobre o Futuro da Europa, outros 48% rejeitam-no e 1% não sabe.
Esta Conferência sobre o Futuro da Europa, que ganhou um novo 'fôlego' durante a atual presidência portuguesa do Conselho da UE, visa tornar-se num fórum público para debate aberto, inclusivo e transparente, abrangendo parlamentos nacionais, parceiros sociais, autoridades regionais e locais e sociedade civil.
Ainda de acordo com o Eurobarómetro hoje divulgado, três quartos dos cidadãos europeus considera que a Conferência sobre o Futuro da Europa terá um impacto positivo na democracia europeia (76% concordam que representa um progresso significativo para a democracia na UE, 25% concordam totalmente e 51% tendem a concordar).
E, para a maioria dos inquiridos, neste evento devem participar pessoas de todos os quadrantes, como jovens, governos nacionais e meios académicos e especialistas.
Já seis em cada 10 dos inquiridos diz que a crise gerada pela pandemia de covid-19 os fez refletir sobre o futuro da UE (19% concordam totalmente e 41% tendem a concordar), enquanto 39% discorda (23% tendem a discordar e 16% discordam totalmente).
Quando questionados sobre as suas aspirações para o futuro da Europa, 35% aponta ser níveis de vida comparáveis, 30% fala em maior solidariedade entre os Estados-membros e 25% e 22%, respetivamente, defendem a adoção de uma política comum de saúde e de padrões educativos comparáveis.
Na passada quinta-feira, a conferência de presidentes do Parlamento Europeu aprovou a declaração conjunta negociada pela presidência portuguesa relativa à Conferência sobre o Futuro da Europa, dando aval ao evento que poderá ser "uma grande oportunidade" para dialogar com os cidadãos.
O aval do Parlamento Europeu, um dia após a aprovação por parte do Conselho, era o passo que faltava para que a Conferência sobre o Futuro da Europa possa finalmente ser lançada, o que deverá acontecer nas próximas semanas, eventualmente antes mesmo de uma cerimónia simbólica prevista para 09 de maio, o Dia da Europa, em Estrasburgo, França.
Esta quarta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, vai participar em Bruxelas na cerimónia de assinatura da declaração conjunta que institui a Conferência sobre o Futuro da Europa, desbloqueada pela presidência portuguesa do Conselho da UE.
Os três líderes serão também os três copresidentes da Conferência, de acordo com a solução proposta pela presidência portuguesa, que permitiu desbloquear um longo impasse em torno do evento, que deveria ter sido lançado em maio de 2020, mas foi adiado não só devido à pandemia da covid-19.
Este Eurobarómetro Especial sobre o Futuro da Europa é o primeiro inquérito conjunto do Parlamento Europeu e Comissão Europeia.
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