Alunos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) lançaram uma petição pública onde denunciam falta de condições. Endereçada (entre outros) ao Ministro da Ciência, Tecnologias e Ensino Superior, Manuel Heitor, explicam que estão "em luta por condições e reestruturação do modelo de aulas" e fazem uma enunciação das 'queixas'.
"Desde o início do semestre", vários alunos têm "demonstrado uma elevada preocupação relativamente ao risco de contágio e solicitado a implementação de medidas que garantam eficazmente a segurança de todos", mas, pode ler-se na petição, tais se revelaram "insuficientes e insatisfatórias".
E justificam em diversas alíneas: "O sistema misto atual, isto é, a obrigatoriedade de 50% das aulas serem em regime presencial e as restantes via Zoom, não é viável", descrevem, acrescentando que, como "uma parte significativa da população estudantil da Faculdade de Letras vive a mais de 30 minutos" do estabelecimento, "significa que, ao terem aulas presenciais e aulas via Zoom no mesmo dia e de forma intercalada (caso bastante recorrente), os estudantes são obrigados a assistirem às aulas enquanto se dirigem para a faculdade".
"É impensável haver uma situação em que é exigido a um estudante que esteja atento a uma aula, tire apontamentos, participe e realmente aprenda algo enquanto assiste à dita aula no metropolitano, barco, autocarro ou afins", frisam na petição, já assinada por mais de 900 pessoas.
A alternativa ao explicado acima é "aquilo que se tem vindo a verificar": os alunos "vão para a faculdade antes das aulas começarem e permanecem lá o dia inteiro, ora assistindo às aulas presenciais ora instalando-se nos corredores, ou onde haja lugar, para assistirem às aulas via Zoom", acabando assim por "passar mais tempo na faculdade do que se apenas tivessem aulas presenciais, anulando assim o propósito desta medida de reduzir o número de pessoas dentro das instalações".
Outro dos pontos referidos pelos alunos a FLUL é o de alguns estarem a ser "obrigados a terminar terminar testes sentados no chão do corredor, sem conseguirem respeitar a distância de segurança por falta de espaço", ilustrando esta 'queixa' com imagens anexadas na petição.
Os alunos falam ainda em casos positivos da Covid-19 que poderão estar a ser, alegadamente, 'omitidos'. "No início do semestre, os alunos eram informados pela faculdade quando esta tinha conhecimento de um caso positivo de Covid. Recentemente, tal deixou de ser feito, cabendo única e exclusivamente aos alunos, ao seu bom senso e ao seu civismo a comunicação dos casos, tendo mesmo alguns sido aconselhados a não partilhar tal informação com os colegas, apenas com os professores", revelam.
Leia aqui na íntegra a petição pública lançada por alunos da FLUL