O bloqueio de uma das principais artérias de tráfego da cidade de Lisboa deu-se cerca das 12:20, no final de uma marcha que começou no topo do Parque Eduardo VII, pela defesa do clima.
Os vários manifestantes, sentados no chão, gritam palavras de ordem como "mudar o sistema, não o clima", "justiça social, novo normal", e tarjas que reivindicam "serviços básicos incidicionais".
Depois de se concentrarem, a partir das 11:00, junto ao Jardim Amália Rodrigues, no topo do Parque Eduardo VII, os manifestantes iniciaram a descida do parque pelo meio-dia, chegando ao Marquês de Pombal às 12:20.
Ao longo da descida, cerca de uma centena de manifestantes entoavam cânticos como "somos a natureza em auto-defesa", "gás, petróleo, carvão, deixá-los no chão", "paz, pão, habitação" ou "não há planeta B".
Os manifestantes empunhavam bandeiras de cor verde e vermelha, e eram também visíveis algumas alusivas ao movimento ambiental Extinction Rebellion.
À chegada ao Marquês de Pombal, cerca das 12:15, a PSP montou um cerco aos manifestantes, mas algumas dezenas conseguiram romper a barreira e dirigir-se para a estrada, onde começaram a sentar-se e a bloquear o trânsito.
Alguns manifestantes uniram-se entre si com recurso a cordas, talas e outras formas de dificultar a separação entre os manifestantes pela polícia.
A PSP não quis revelar o número exato de manifestantes presentes nem o efetivo policial presente.
A manifestação foi organizada pelo coletivo Climáximo, e tinha como objetivo "ocupar de forma pacífica a rotunda do Marquês de Pombal para reivindicar a 'res publica' - a coisa pública, que é de todos e todas e de ninguém", de acordo com um manifesto distribuído na ação.
Numa ação intitulada "Nós somos os anti-corpos", a organização refere que "a crise sanitária chegou no início deste ano e está a provocar uma enorme crise económica e social".
O coletivo observa que se está a verificar "a maior queda do PIB [Produto Interno Bruto] de sempre, 400.000 mil pessoas desempregadas, sem conseguir pagar rendas, contas ou comida", e que o "Serviço Nacional de Saúde no limite da sua capacidade".
"Em todo o mundo, estas crises alimentam o ódio e a divisão entre e dentro dos povos", pode ler-se no documento.
Adicionalmente, o coletivo refere-se à crise climática, apontando que "continua a crescer e a intensificar-se, prestes a tornar-se irreversível", e que "já mata 150 mil pessoas por ano".
As reivindicações dos manifestantes são alcançar a "neutralidade carbónica em 2030", "serviços básicos incondicionais", como saúde, educação, habitação, comida, energia renovável e transportes, e um "limite máximo ao rendimento", ao taxar os ultra-ricos para pagar a transição energética e serviços básicos".