Marcelo promete estar atento à constitucionalidade das propostas do Governo

O Presidente da República prometeu hoje estar atento à constitucionalidade das propostas de lei apresentadas pelo Governo, afirmando que aguardará a versão final aprovada pelo parlamento, sem se referir a nenhuma matéria em concreto.

marcelo rebelo de sousa

© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
02/07/2025 19:14 ‧ ontem por Lusa

País

Presidente da República

Em declarações aos jornalistas, na Cidadela de Cascais, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que já deram entrada no parlamento quatro propostas de lei, relacionadas com a lei da nacionalidade, com o regime de entrada e permanência de estrangeiros, com a criação de uma unidade de fronteiras na PSP e com o IRS - matéria que separou, considerando que exige urgência - que correspondem a prioridades do Governo PSD/CDS-PP.

 

Sem apontar nenhuma proposta em concreto, afirmou que "espera para ver o que é que o parlamento decide" e que "a primeira coisa" que irá fazer quando receber os decretos é analisar se "há alguma dúvida de constitucionalidade ou não".

O chefe de Estado admitiu que possa haver "matérias que, provavelmente, não são patentemente constitucionais", mas em relação às quais "é melhor o Tribunal Constitucional pronunciar-se uma vez por todas, porque, se não, cada tribunal pode ter uma interpretação diferente".

"Se for assim, manda para o Tribunal Constitucional. Se entender que não, não há esse risco, não há essa dúvida, não há esse problema, não manda, e promulga", acrescentou. 

Relativamente à proposta de lei sobre o IRS, o chefe de Estado considerou que "é muito importante promulgar mais depressa" essas alterações, para "os portugueses verem refletido nos seus bolsos, imediatamente" a redução das taxas.

Além de eventuais problemas de constitucionalidade, Marcelo Rebelo de Sousa não excluiu poder ter "alguma discordância política de fundo substancial sobre algum dos diplomas" que possa levá-lo a optar pelo veto, cabendo nesse caso à Assembleia da República decidir se "confirma ou retoca um ponto ou outro sobre o qual o Presidente tenha levantado dúvidas".

Interrogado se algumas destas matérias lhe coloca já dúvidas de constitucionalidade ou políticas, o chefe de Estado respondeu que os diplomas "são muito longos e são muito precisos em pormenor" e "só estarão prontos depois de votados pela Assembleia da República".

"Portanto, vou esperar - que é o que deve fazer o Presidente da República - que a Assembleia diga a sua última palavra e depois, o mais rápido que é possível, que é oito dias na constitucionalidade, é vinte dias na concordância política, eu digo", reiterou

Marcelo Rebelo de Sousa acabou, porém, por fazer algumas observações, numa aparente alusão às novas regras propostas pelo Governo dirigidas aos estrangeiros: "Ali, as grandes questões são sempre problemas ou de direitos fundamentais ou problemas de equilíbrio de valores".

"O problema das leis é ponderar os vários valores e interesses em presença. Há sempre argumentos para um lado e para o outro. Para um lado, razões de segurança, razões de natureza de controlo, razões de correspondência entre certa realidade e a realidade económica e social", apontou.

"Do outro lado, atuações no passado, certas interpretações diferentes dos direitos ou liberdades das pessoas, outra leitura da realidade económica e social", completou.

Segundo o chefe de Estado, "não é fácil" este processo legislativo: "Por que é que são tantos anos e não são tantos? Por que é que é para uns e por que é que é para outros? Por que é que é assim, por que é que é de outra maneira? Tudo isso é discutível. Tudo é discutível na vida".

"E é essa ponderação que a Assembleia vai fazer, e eu sou chamado a fazer, numa altura, admito, em que imaginava ter uma vida mais fácil no final do segundo mandato", comentou.

Marcelo Rebelo de Sousa, que tinha sido questionado sobre as prioridades do executivo, a propósito do anúncio do primeiro-ministro, Luís Montenegro, de que tenciona alterar a lei da greve, limitou-se a responder que "cada Governo escolhe as suas prioridades".

Quanto à legislação laboral e lei da greve, o chefe de Estado espera que sejam tratadas "não agora, mas talvez para setembro, outubro, novembro", com "uma ou várias leis sobre essa matéria".

Leia Também: IRS e imigração? Ventura quer "mínimo consenso" após reuniões com Governo

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas