"Cannabis tem cada vez mais peso no consumo em Portugal"
Um relatório divulgado na terça-feira revelou que a cannabis já ultrapassa a heroína no volume de consumo destas substâncias no País, sendo que dos novos casos, 38% diziam respeito a esta droga, escreve o jornal Público de hoje. Numa reacção a estes números, o presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), João Goulão, confirmou que “a Cannabis tem cada vez mais peso no consumo em Portugal”.
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País João Goulão
Apesar de 84% dos casos tratados em ambulatório ainda dizer respeito ao consumo de heroína, visto que incluem os antigos casos, a droga por excelência dos portugueses mudou e já não é esta substância. Dos novos consumidores sinalizados no passado, 38% eram dependentes de cannabis enquanto 34% diziam respeito à heroína.
Os dados constam no relatório anual de 2012 intitulado ‘A situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependências’, apresentando ontem na Assembleia da República, a que o Público teve acesso.
Em declarações àquele jornal, o presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), João Goulão, reconheceu que “a cannabis tem cada vez mais peso no consumo em Portugal”.
Acresce que o consumo desta droga também marcou a ocorrência de casos por overdose. Em 2012, aumentou o número de óbitos devido a este abuso do consumo, tendo sido registadas 13 mortes. Já “quanto às substâncias detectadas nestas overdoses, é de destacar a presença de cocaína em 52% dos casos, seguindo-se-lhe os opiáceos (48%) e a metadona (31%), explicou o especialista.
De salientar que em termos gerais, estiveram no ano passado em tratamento na rede pública 29 mil utentes, 4.000 dos quais readmitidos e 2.000 novos, o que revelou um decréscimo nas “prevalências de consumo de drogas na população portuguesa residente em Portugal” entre 2007 e o ano passado.
Ainda assim, o consumo tem vindo a aumentar junto das mulheres e da população escolar, sendo por isso crucial “inverter a percepção de risco que há” em relação à cannabis.
Por conseguinte, Goulão considerou que o novo Plano Nacional para a Resolução dos Comportamentos Aditivos e das Dependências 2013-2020 possibilitará alterar a abordagem destes casos, cujo objectivo final é reduzir o uso.
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