O Ministério Público voltou a pedir ao Tribunal da Relação de Lisboa a condenação do amante de Rosa Grilo a 25 anos de prisão pelo homicídio e profanação de cadáver de Luís Grilo. De acordo com o recurso a que a SIC Notícias teve acesso, o procurador critica ainda a decisão do Tribunal de Vila Franca de Xira passado cerca de um mês de António Joaquim ter sido absolvido.
No recurso, é apontado que é impossível que Rosa Grilo tenha cometido os crimes sozinha, lembrando que a arguida não tem conhecimentos de balística, que há data do primeiro interrogatório não sabia sequer quantos disparos tinha ocorrido e também que não teria sido capaz de transportar o corpo do marido sem ajuda.
"O tribunal errou", cita do documento a estação de televisão de Paço d'Arcos. No recurso ainda é sublinhado que, numa análise às provas apresentadas, "logicamente conclui-se que a arguida Rosa Grilo praticou os factos acompanhada de outra pessoa".
"Dúvidas não restam que foi António Joaquim quem disparou o projétil que vitimou Luís Grilo", concluiu o recurso denotando ainda que "foi o mesmo quem auxiliou Rosa Grilo no transporte do cadáver para um automóvel".
Recorde-se que o coletivo de três juízes e quatro cidadãos deram como provado, no dia 3 de março, que Rosa Grilo matou o marido e que agiu sozinha, descartando qualquer responsabilidade de António Joaquim no crime. A viúva foi condenada à pena máxima de 25 anos de prisão efetiva - 24 anos de prisão pelo homicídio qualificado na forma consumada do marido, um ano e 10 meses de prisão por profanação do cadáver e a 18 meses de prisão por detenção de arma proibida. Foi ainda condenada a pagar uma indemnização de 45 mil euros ao próprio filho menor, de 14 anos, fruto da sua relação com Luís Grilo.
Por sua vez, António Joaquim foi absolvido do crime de homicídio, de profanação de cadáver, tendo sido apenas condenado a dois anos de pena suspensa por posse de arma proibida. Perante a decisão, na altura, o Ministério Público anunciou logo que iria recorrer da absolvição do arguido do crime de homicídio.
Rosa Grilo e António Joaquim foram acusados do homicídio de Luís Grilo em julho de 2018, que ocorreu na casa do triatleta e da mulher, nas Cachoeiras, no concelho de Vila Franca de Xira, distrito de Lisboa.