Começaram a ser retirados, na manhã desta quarta-feira, os utentes do Lar da Nossa Senhora das Dores. De acordo com o autarca de Vila Real, os 15 idosos infetados vão sair da unidade de ambulância, enquanto que os restantes - e que têm autonomia - vão ser transportados de autocarro. 

Esta é uma operação, como indicou o presidente da Câmara, que "envolve 21 corporações de bombeiros, cerca de 30 ambulâncias e um autocarro". Onze utentes serão transportados para o Hospital Militar do Porto, enquanto que "os restantes, cerca de 60, vão para uma infraestrutura militar em Braga, onde há um hospital gerido pela Cruz Vermelha". Os primeiros idosos a sair da unidade "são os que estão infetados com o novo coronavírus", garantiu o autarca em declarações à SIC Notícias. 

Já quanto aos funcionários deste Lar de Vila Real "vão ficar em isolamento [profilático] em casa, se não apresentarem sintomatologia. De certa forma acabará o seu pesadelo", já que alguns destes "estavam há sete dias consecutivos" na unidade. 

Para Rui Santos, estes profissionais são "uns verdadeiros heróis". O autarca aproveitou ainda a oportunidade para lhes endereçar uma mensagem de agradecimento: "Quero agradecer-lhes todo o trabalho que prestaram à comunidade". 

A mensagem de agradecimento foi ainda alargada ao Ministério da Defesa Nacional e ao Ministério da Saúde, pela capacidade que manifestaram "em organizar com a Câmara Municipal esta operação". 

O autarca negou que a operação de evacuação tivesse sido motivada pelo pedido de ajuda das funcionárias, que, na terça-feira, gritaram "ajudem-nos" às janelas. "Isto acontece antes do pedido de socorro. Já durante a tarde tínhamos desencadeado esses mecanismos". 

Quanto ao foco de Covid-19 em Vila Real, o autarca mostrou-se consciente de que esta é "uma longa guerra e vamos sempre enfrentado batalhas e tentado vencê-las". 

A Unidade de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Marão e Douro Norte, recorde-se, determinou na terça-feira o isolamento de todos os casos positivos detetados neste lar, designadamente 13 utentes e sete funcionários.

Determinou ainda o isolamento profilático dos restantes 59 utentes e 50 profissionais, incluindo um funcionário que aguarda resultado do teste que foi realizado pelo INEM.

Segundo Rui Santos, só foram testados os que apresentavam sintomatologia e estiveram em contacto com o primeiro caso positivo, que foi detetado no domingo.

Precisamente por causa da cadeia de contacto identificada no Lar da Nossa Senhora das Dores, o município acionou na terça-feira o plano de emergência municipal.

Esta ativação decorre essencialmente da "necessidade de aprofundar a articulação entre as várias entidades com um papel na pandemia de Covid-19 e de centralizar a informação sobre todas as questões relacionadas com o combate".

O autarca disse à agência Lusa que o plano municipal de emergência vai-se manter ativo, "sempre à espera de que possam surgir problemas a que seja necessário socorrer e resolver".

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