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Bispo do Funchal celebra missa em memória das vítimas do temporal de 2010

O bispo do Funchal disse hoje que o temporal de 20 de fevereiro de 2010 foi um dos "mais aflitivos momentos" da história da Madeira e recordou os 47 mortos e quatro desaparecidos, durante uma missa em sua memória.

Bispo do Funchal celebra missa em memória das vítimas do temporal de 2010
Notícias ao Minuto

13:55 - 20/02/20 por Lusa

País Madeira

"O inferno parecia ter irrompido no paraíso do Atlântico. E, desta vez, o inferno não era de fogo, mas de água e lama", disse Nuno Brás, na Sé do Funchal, onde estiveram várias figuras regionais, como o presidente a Assembleia Legislativa, José Manuel Rodrigues, o representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, e o secretário da Saúde, Pedro Ramos, em representação do Governo Regional.

Na missa participaram também deputados dos cinco partidos com assento parlamentar (PSD, PS, JPP, CDS-PP e PCP), vários autarcas e entidades militares.

Nuno Brás evocou as "vidas perdidas", as "casas destruídas" e as "famílias enlutadas", lembrando que um dos desaparecidos na aluvião de há 10 anos era funcionário da catedral.

"Nada parecia poder conter a fúria das águas", afirmou, lembrando que a catástrofe colocou a ilha nos noticiários do mundo inteiro pelas "piores razões", mas também revelou o "testemunho de fé" de um povo que "não se deixou consumir pela angústia e desespero" e foi capaz de "reerguer um novo futuro, quase com a mesma rapidez com que tinha surgido a aluvião".

O bispo do Funchal propôs também uma reflexão sobre o "domínio efetivo" do homem sobre a Terra, alertando, no entanto, que isso não o faz "escapar completamente a um conjunto de forças naturais", as quais revelam a sua fragilidade e os seus limites.

"Não somos Deus, nem sequer pequenos deuses. É por isso que, diante das catástrofes, não podemos deixar de cuidar uns dos outros e de, com o coração em Deus, participar no cuidado de todos e por todos, quem quer que seja", disse, reforçando: "Esse, mais do que qualquer outro, é o momento de mostrar como a fé é vida e todos abraça naquele amor indestrutível".

A Sé do Funchal esteve repleta de pessoas durante a missa e, junto ao altar, encontravam-se um crucifixo quebrado e uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, que escapou intacta quando a aluvião arrasou a capela das Babosas, na freguesia do Monte, nas zonas altas do concelho.

O presidente da Assembleia Legislativa referiu-se ao facto como um "símbolo de esperança".

"É um símbolo de esperança e hoje, felizmente, a Madeira está mais bem preparada para enfrentar um problema daquela dimensão como foi a tragédia do 20 de fevereiro", disse José Manuel Rodrigues, pouco antes do início da missa, realçando que esta será sempre uma data que "convém evocar", porque dá sinal da "corrente de solidariedade que reergueu a Madeira".

O temporal ocorrido há 10 anos na Madeira provocou, além de 47 mortos e quatro desaparecidos, prejuízos avaliados em mais de 1.000 milhões de euros, o que motivou a criação da Lei de Meios, um mecanismo financeiro destinado a custear a obras de recuperação da ilha.

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