Defesa de Azeredo Lopes admite prescindir de testemunho de António Costa
A defesa do antigo ministro Azeredo Lopes, um dos principais arguidos no caso Tancos, admite prescindir do testemunho do primeiro-ministro, António Costa, depois de o juiz Carlos Alexandre ter recusado que o depoimento fosse prestado por escrito.
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País Tancos
"Se o Tribunal entender que o depoimento por escrito da testemunha arrolada (...) poderá de algum modo prejudicar o esclarecimento dos factos, a defesa de algum dos coarguidos ou a celeridade do processo, e não sendo razoavelmente ultrapassado o diferendo, o arguido declara desde já que pretende prescindir do depoimento" de António Costa. Quem o diz é a defesa de Azeredo Lopes na resposta que enviou ao juiz Carlos Alexandre, e a que a Lusa teve acesso.
Em contrapartida, e caso António Costa não deponha, o advogado Germano Marques da Silva pede para que seja junto ao processo o "depoimento do primeiro-ministro prestado na Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso sobre as consequências e responsabilidades políticas do furto do material militar ocorrido em Tancos".
O juiz Carlos Alexandre, que dirige a instrução do processo, insistiu - Num despacho que consta do caso sobre o furto e recuperação de armas dos paióis de Tancos, com data de terça-feira - na importância de ouvir presencialmente o primeiro-ministro, arrolado como testemunha pelo ex-ministro da defesa, arguido no caso Tancos.
Mas esta quarta-feira, dia em que arrancou a fase de instrução do processo, a defesa do ex-governante alegava ser "indiferente" que o primeiro-ministro, António Costa, testemunhasse por escrito - a pedido do Conselho de Estado - ou presencialmente no tribunal, esta quinta-feira a mesma defesa admite prescindir do testemunho do líder do Executivo.
"Esse problema não é nosso, essa guerra não é nossa. Para a defesa é absolutamente indiferente que o primeiro-ministro deponha por escrito ou presencialmente", afirmava ontem à agência Lusa o advogado Germano Marques da Silva, lembrando que quando pediu que António Costa fosse ouvido nesta fase não foi indicada a forma como iria ser inquirido.
O caso de Tancos envolve 23 acusados, incluindo o ex-ministro da defesa do primeiro governo de António Costa e que se demitiu na sequência do caso, o ex-diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM) Luís Vieira e o ex-porta-voz da instituição militar Vasco Brazão, que estão acusados de um conjunto de crimes que vão desde terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação até falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.
O caso do furto do armamento de guerra dos paióis de Tancos foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 com a indicação de que ocorrera no dia anterior, tendo a alegada recuperação do material de guerra furtado ocorrido na região da Chamusca, Santarém, em outubro de 2017, numa operação que envolveu a PJM, em colaboração com elementos da GNR de Loulé.
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