A criação do lar, a partir da adaptação de um edifício existente na vila, resulta de uma parceria entre a Câmara de Ourique e a CERCICOA - Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas e Solidariedade Social de Almodôvar, Castro Verde e Ourique, no distrito de Beja.

"Trata-se de um lar residencial de âmbito distrital e vai ajudar a colmatar as necessidades de alojamento de pessoas com deficiência e incapacidade existentes no distrito de Beja", disse à agência Lusa o presidente da direção da CERCICOA, António Matias.

Segundo o responsável, a CERCICOA, que abrange sobretudo os concelhos de Almodôvar, Castro Verde, Ourique e Mértola, já tem um lar residencial e uma residência autónoma em Almodôvar e "está a optar por uma descentralização de serviços".

Atualmente, a CERCICOA "tem uma lista de espera para lar residencial de mais de 60 pessoas e o lar de Ourique só vai ter capacidade para 24 pessoas", frisou.

Por isso, "o lar não vai responder à totalidade da procura, mas vai ajudar a colmatar as necessidades existentes na área de abrangência da CERCICOA e no resto do distrito de Beja", vincou.

A CERCICOA, "seguindo o regulamento para integração de pessoas, vai dar prioridade às situações mais graves", explicou António Matias, referindo que tem "a esperança de que as mais prementes sejam atendidas" com a criação do lar em Ourique.

Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Ourique, Marcelo Guerreiro, disse tratar-se de "um projeto importante, porque não há nenhum e vai ser o primeiro lar do género no concelho", onde "há necessidade deste tipo de reposta social".

O lar, que será gerido pela CERCICOA e poderá criar "10 a 12 postos de trabalho", "nasce da necessidade de colmatar a insuficiência de respostas sociais de apoio a pessoas com deficiência e incapacidade no concelho de Ourique, mas também no resto do distrito de Beja, no Alentejo e no país", explicou o autarca.

Segundo Marcelo Guerreiro, a obra de adaptação do edifício propriedade da CERCICOA para a criação do lar, a cargo do município, começou no passado dia 18 de novembro, tem um prazo de execução de três meses e deverá terminar em fevereiro de 2020.

"Depois de terminada a obra, seguem-se alguns procedimentos técnicos e administrativos, como o licenciamento e a assinatura do acordo com o Centro Distrital de Beja da Segurança Social", disse António Matias, referindo que, "se tudo correr como previsto", o lar deverá começar a funcionar "ainda durante o primeiro semestre de 2020".

António Matias explicou que o lar se destina a pessoas com deficiência e incapacidade de ambos os sexos, com 16 ou mais anos e que estejam impedidas de residir no meio familiar temporária ou definitivamente.

O investimento para a criação do lar, que inclui a obra de adaptação do edifício e a aquisição de equipamentos básicos, vai ser financiado em 85% por fundos comunitários e em 15% por verbas da Câmara de Ourique.

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