"A Greta Thunberg é a Joacine Katar Moreira da Escandinávia"
Na véspera da chegada de Greta a Portugal, Miguel Sousa Tavares afirma que a jovem ativista está a cumprir o seu papel, mas que dificilmente conseguirá um dia convencer líderes mundiais como Donald Trump ou Jair Bolsonaro.
© Global Imagens
Política Miguel Sousa Tavares
O barco que transporta a ativista Greta Thunberg vai atracar na manhã desta terça-feira em Lisboa. A breve passagem da jovem sueca por solo português está a gerar grande entusiasmo. De Lisboa, Greta Thunberg vai seguir de comboio para Madrid, onde vai participar na cimeira do clima COP25.
Convidado a comentar a breve passagem de Greta por Portugal e a falar sobre esta cimeira climática, Miguel Sousa Tavares começou por afirmar que a ativista sueca está a “cumprir o seu papel” ao mobilizar jovens para o seu protesto contra as alterações climáticas. Mas depois do elogio...
“Estou um bocadinho farto da Greta. Estou farto. A Greta Thunberg é a Joacine Katar da Escandinávia”, atirou o comentador, acrescentando que não acredita que a jovem ativista consiga convencer líderes como Trump ou Bolsonaro.
“Esta cimeira do clima estava originalmente marcada para o Brasil e Bolsonaro não quis recebê-la”, deu como exemplo da posição do presidente brasileiro.
Para Miguel Sousa Tavares, convencer um decisor político nesta matéria é o verdadeiro desafio, pois os decisores políticos estão dependentes de votos e vivem para a próxima eleição. “Convencer um decisor político a tornar-se num estadista e pensar a longo prazo é muito difícil. Sempre foi muito difícil”, afirmou.
De seguida, Sousa Tavares fez críticas a Bruxelas, que está aquém no combate às alterações climáticas, apesar do discurso que tem vindo a fazer.
“A União Europeia como um todo fala muito, parece que está na frente do combate às alterações climáticas, mas até agora, e desde o Acordo de Paris, em termos de percentagem do PIB alocou menos recursos financeiros do que os Estados Unidos e três vezes menos do que a China, o maior poluidor do mundo”, fez notar.
Referindo que o grande problema reside na transição energética (“A energia com que o mundo funciona está dependente em 80% dos combustíveis fósseis”), Miguel Sousa Tavares frisou que se “atuamos só pelo lado da oferta e não pelo lado da procura o planeta não tem solução”.
Dessa perspetiva, sublinhou que “temos de controlar o excesso populacional”.
“A China fez isso com a política do filho único. Reverteu essa medida mas já se arrependeu. Vamos ter de voltar a isso, aplicando a Lei de Maltos. Esta lei diz que quanto mais pobre é um país mais filhos faz. Como é que isto se combate? Transferido recursos financeiros para os países em desenvolvimento. Ao desenvolverem-se de uma forma sustentável, diferente, o crescimento da população que é exponencial, deixa de o ser”, referiu.
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