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Mãe que acusou IURD de lhe roubar filhos mentiu, foi "manobrada pela TVI"

Uma das mães que acusou a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) de lhe ter roubado dois filhos pediu desculpas em tribunal e assumiu que contou uma história falsa na série da TVI 'O segredo dos deuses'.

Mãe que acusou IURD de lhe roubar filhos mentiu, foi "manobrada pela TVI"
Notícias ao Minuto

06:32 - 07/11/19 por Lusa

País Polémica

O pedido de desculpa da arguida Maria de Fátima Lemos Moreira consta de documentos entregues à juíza Margarida Gaspar, do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, e que a agência Lusa teve acesso, e vem no seguimento de uma queixa apresentada pela IURD.

A IURD diz não ter ficado "indiferente ao arrependimento da arguida" e desistiu da queixa e da acusação particular por ofensas a pessoa coletiva, decisão validada pelo tribunal.

A mãe de dois meninos que foram adotados por elementos da IURD, admitiu, em tribunal, que mentiu na reportagem em relação ao "roubo" dos filhos e sobre a sua assinatura nos documentos ter sido falsificada, assumindo que "é falso que alguma vez a IURD ou qualquer pessoa com ela relacionada tenha roubado os seus filhos".

"Muito pelo contrário, só pode agradecer à IURD os bons cuidados e o carinho que foi dado aos seus filhos por aquela instituição e pelos seus pais adotivos", lê-se no documento com o pedido de desculpas que entregou à juíza de instrução criminal a 18 de outubro.

Maria de Fátima, que nas reportagens era identificada como "Clara", é mãe biológica de Pedro, nascido em 1990, e de Filipe Cardoso, nascido em 1993 e que foi adotado por uma das filhas do bispo Edir Macedo.

No pedido de desculpas que juntou aos autos, Maria de Fátima garante que nunca pretendeu "ofender o bom nome e prestígio" da IURD e que foi "manobrada pela jornalista da TVI, Alexandra Borges, para confirmar uma história inverídica e sensacionalista criada por aquela jornalista em prol das audiências".

Acrescenta a arguida que só aceitou "corroborar a versão da TVI e proferir as afirmações que constam nas reportagens iludida pelas vãs promessas da jornalista de que se o fizesse poderia rever os seus filhos".

Maria de Fátima reconheceu ainda que as assinaturas que estão nos documentos, mostrados nas reportagens, são suas e adiantou que "sempre soube que os seus filhos estiveram institucionalizados no Lar" que fazia parte da obra social da igreja e que estavam "bem tratados e devidamente acompanhados".

Reconhecendo que o teor da reportagem "causou um prejuízo incomensurável" à IURD, a arguida apresentou um pedido de desculpas e esclareceu que é falso que alguma vez "a Igreja Universal ou qualquer pessoa com ela relacionada tenha roubado os seus filhos".

A arguida escreve que "só pode agradecer à IURD os bons cuidados e o carinho que foi dado aos seus filhos por aquela instituição e pelos seus pais adotivos".

"Penitenciando-se pelas inveracidades que proferiu publicamente, pede à IURD as suas mais sinceras e genuínas desculpas, agradecendo-lhe também pelo notável trabalho social que tem desenvolvido e do qual felizmente os seus filhos tiveram oportunidade de beneficiar", acrescenta.

A TVI exibiu em dezembro de 2017 uma série de reportagens denominadas 'O Segredo dos Deuses', na qual noticiou que a IURD esteve alegadamente relacionada com o rapto e tráfico de crianças nascidas em Portugal.

Os alegados crimes terão ocorrido na década de 1990, com crianças a serem levadas de um lar em Lisboa, que teria alimentado um esquema de adoções ilegais em benefício de famílias ligadas à igreja que moravam no Brasil e nos Estados Unidos.

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