"Agora, a verdade é decretada pelo MP e autenticada pela SIC"
“Uma vigarice”. É desta forma que José Sócrates classifica uma reportagem do programa Polígrafo, que analisou as respostas que o antigo governante enviou à Comissão de Inquérito Parlamentar à Caixa Geral de Depósitos.
© Reuters
País José Sócrates
A análise feita no programa Polígrafo é da semana passada, ainda não tinha, aliás, sido revelado o relatório preliminar da Comissão de Inquérito Parlamentar à Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas José Sócrates só agora teve oportunidade de ver. E não gostou.
No programa da SIC, emitido a 9 de julho, são comparadas as respostas que o antigo primeiro-ministro enviou por carta à Comissão de Inquérito com as alegações do Ministério Público, no âmbito da operação Marquês.
Em análise no programa, estiveram concretamente três "factos": - o financiamento da CGD à compra de Vale de Lobo; - a alegada pressão que terá feito ao então ministro das Finanças Campos e Cunha para mudar a administração do banco público; e, o suposto uso de dinheiro do grupo BES e do Grupo Lena para tomar decisões que beneficiassem os seus interesses.
“Parece que este novo site [Polígrafo] se apresenta como sendo de verificação de factos. [Mas] neste caso resolveu comparar as minhas respostas com as alegações do Ministério Público, apresentando-as, maliciosamente, como se fossem factos”, critica Sócrates, numa curta nota enviada ao Notícias ao Minuto.
Mais, acrescenta: “A partir de agora, os factos são ditados pelas autoridades e [a] verdade deve ser oficial – decretada pelo Ministério Público e autenticada pelo Polígrafo e pela SIC”.
E, conclui, “julgo que todos podemos concordar num ponto: o único facto verdadeiro e indiscutível na reportagem é que se trata de uma vigarice.”
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