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Prémio a Guterres é honra para Portugal e mensagem política importante

O primeiro-ministro, António Costa, considerou hoje que a atribuição do Prémio Carlos Magno a António Guterres é "motivo de orgulho" para Portugal e também "uma mensagem política muito importante" para o reforço do papel da União Europeia na cena internacional.

Prémio a Guterres é honra para Portugal e mensagem política importante
Notícias ao Minuto

12:30 - 30/05/19 por Lusa

País António Costa

"Eu acho que é um motivo de orgulho para todos nós termos finalmente um português a receber o Prémio Carlos Magno, que é um prémio muito importante e que sinaliza bem o contributo que António Guterres deu para a unidade europeia", declarou o primeiro-ministro aos jornalistas, no final da cerimónia de entrega do galardão ao secretário-geral da ONU, em Aachen, Alemanha.

Costa observou que "não é seguramente por acaso" que António Guterres é o primeiro português primeiro a receber este prémio, tal com foi o primeiro português a ser eleito secretário-geral da ONU, "e isso significa o grande compromisso que ele tem com os valores que, como ele aqui evocou, sempre se bateu desde a sua juventude, e a forma como ganhou e construiu um prestigio internacional muito relevante, o que não deixa de ser obviamente importante para Portugal".

O chefe de governo considerou que a atribuição a Guterres do Prémio Carlos Magno, pela sua defesa do modelo europeu de sociedade, do pluralismo, tolerância e diálogo, "também é uma mensagem política muito importante".

"Em primeiro lugar, de como a União Europeia é fundamental para reforçar o multilateralismo, de como é essencial para termos um mundo mais solidário, que respeite o principio do estado de direito, da boa convivência entre os povos, reforçar as Nações Unidas, e também - uma prioridade clara em todos os discursos --, a necessidade de focarmo-nos no combate às alterações climáticas, de reforçar o nosso modelo social para assegurar uma boa transição para a sociedade digital com coesão, e a necessidade de não nos fecharmos sobre nós próprios, e, pelo contrário, nunca nos esquecermos que o estatuto internacional dos refugiados foi criado precisamente para proteger os europeus vítimas da II Guerra Mundial", disse.

Para António Costa, "a atribuição deste prémio a António Guterres enquanto secretário-geral das Nações Unidas é seguramente a mensagem de que esta deve ser uma prioridade da Europa e que António Guterres é um bom exemplo do que a Europa pode e deve fazer para reforçar as Nações Unidas e aquilo que é também uma sociedade global mais organizada, com maior respeito pelo direito, mais pacífica, com menos desigualdades, e onde todos possam encontrar mais esperança na construção de um futuro onde as alterações climáticas possam ser travadas".

Defendendo que é "seguramente necessária uma Europa melhor", com uma agenda estratégica ambiciosa e solidária para os próximos cinco anos, António Costa, questionado sobre se aproveitou o evento de hoje para continuar a negociar com outros líderes europeus quem deve liderar essa agenda, sorriu e comentou que "não, hoje não foi dia de negociação, foi um dia de inspiração para a construção de uma boa agenda para os próximos cinco anos".

Na sua intervenção, após ser galardoado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou à Europa que defenda com mais vigor o multilateralismo, atualmente "sob fogo" na cena mundial, garantindo que, pela sua parte, continuará a defender de forma apaixonada o pluralismo e a tolerância.

Guterres insistiu na necessidade imperiosa de uma agenda multilateral "nestes tempos de grande ansiedade e desordem geopolítica", e argumentou que a União Europeia tem uma responsabilidade acrescida na sua defesa, até por ser "pioneira mas também um posto avançado do multilateralismo e o primado do direito".

"Como secretário-geral das Nações Unidas, nunca senti tão claramente a necessidade de uma Europa forte e unida", disse, apontando que o mundo enfrenta atualmente "três desafios sem precedentes" que agravam os riscos de confrontação e exigem respostas vigoras: as alterações climáticas -- que classificou como sendo "hoje uma questão de vida ou morte" -, a demografia e migrações, e a era digital.

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