Brexit: Parlamento quer prioridade máxima à proteção dos portugueses
O parlamento aprovou hoje, com a abstenção de PSD e CDS-PP, uma resolução em que se considera prioritário proteger os cidadãos portugueses residentes no Reino Unido na sequência do 'Brexit' e que foi classificada como "inócua" pelas restantes bancadas.
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País Assembleia da República
Na votação, os partidos da esquerda e o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) votaram a favor, enquanto PSD e CDS-PP optaram pela abstenção.
Em plenário, na terça-feira, a deputada socialista Carla Tavares defendeu que "a prioridade número um desde o início do 'Brexit' são os cidadãos e os seus direitos".
"A nossa comunidade no Reino Unido - onde residem cerca de 400 mil pessoas, trabalhadores, estudantes - precisa de garantias de que os seus direitos serão assegurados após o 'Brexit'. Portugal já demonstrou estar disponível para garantir todos os direitos aos cidadãos britânicos residentes em Portugal, pelo que a proteção recíproca de direitos deve ser a nossa principal prioridade, a par com a facilitação da mobilidade para estadias temporárias", justificou Carla Tavares na apresentação da resolução da bancada socialista.
Na sequência desta intervenção, o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, caracterizou como "inócuo" e tardio o diploma da bancada socialista, já que idêntica iniciativa de recomendação de medidas ao Governo fora antes tomada pela própria Assembleia da República.
No mesmo sentido, o deputado do PCP António Filipe comentou que "é difícil discordar do teor da resolução do PS, porque reflete aquilo que é o óbvio".
"É uma evidência que os direitos dos cidadãos portugueses residentes no Reino Unido e dos britânicos residentes em Portugal devem ser acautelados após o Brexit", observou António Filipe.
As críticas mais duras foram depois dirigidas ao Governo e não ao PS, com o deputado social-democrata Carlos Gonçalves a apontar que a resolução da bancada socialista chegou depois da apresentação do plano de contingência elaborado pelo executivo em relação ao 'Brexit'.
Já o deputado do CDS-PP Pedro Mota Soares acusou o Governo de "ignorar a vertente atlântica" da Europa na sequência da eventual saída do Reino Unido da União Europeia e criticou o Governo português por ainda não se ter reunido "uma única vez" com o executivo de Londres, ao contrário da Espanha e Holanda, entre outros Estados-membros.
Na resposta, a deputada socialista Carla Tavares contrapôs que o Governo português "foi o primeiro da União Europeia a reunir-se" com o executivo de Londres, através da ex-secretária de Estado dos Assuntos Europeus Margarida Marques logo após o referendo britânico.
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