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Defesa de Sofia Fava confia que inquirição esclarecerá factos

A ex-mulher do antigo primeiro-ministro José Sócrates, Sofia Fava, e o seu advogado, Paulo Sá e Cunha, manifestaram hoje confiança que os factos constantes na acusação da Operação Marquês serão esclarecidos na inquirição dirigida pelo juiz Ivo Rosa.

Defesa de Sofia Fava confia que inquirição esclarecerá factos
Notícias ao Minuto

16:00 - 25/02/19 por Lusa

País Operação Marquês

À entrada para o Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), Paulo Sá e Cunha reiterou que, no requerimento de abertura de instrução, propôs três "hipóteses alternativas" para a sua constituinte, Sofia Fava, designadamente a nulidade da acusação, o despacho de não pronúncia (não iria a julgamento) ou a suspensão provisória do processo.

Segundo o advogado de Sofia Fava, a estratégia de defesa passa por estas três "hipóteses", sendo que a segunda hipótese só se aplica se a primeira hipótese não vingar e a terceira só se a segunda não for acolhida pelo juiz de instrução criminal.

Sofia Fava, que responde por um crime de branqueamento de capitais e outro por falsificação de documentos em coautoria com Sócrates e o empresário Carlos Santos Silva, pediu já para ser apreciada a nulidade da acusação, alegando "falta de fundamentação e ininteligibilidade".

A declaração de nulidade da acusação é, aliás, a opção que Paulo Sá e Cunha coloca em primeiro plano na defesa da sua constituinte diante do juiz Ivo Rosa.

"Vamos mais para a primeira hipótese (nulidade)", admitiu Paulo Sá e Cunha aos jornalistas, antes de entrar nas instalações do TCIC, nas antigas instalações da Polícia Judiciária, em Lisboa.

O advoga salientou que Sofia Fava "está pronta para esta jornada" processual e disse esperar que a inquirição não demore muito tempo.

Quanto às testemunhas arroladas pela sua constituinte, Paulo Sá e Cunha garantiu que todas elas serão ouvidas presencialmente nos próximos dias.

Por seu turno, Sofia Fava mostrou-se muito lacónica à chegada ao TCIC, limitando-se a admitir estar confiante de que tudo será devidamente esclarecido.

Devido à greve dos magistrados do Ministério Público chegou-se a pensar que os procuradores do processo Operação Marquês não estivessem presentes, mas minutos antes da sessão começar, Rosário Teixeira, procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), deu entrada no edifício, acompanhado de uma colega.

Pedro Delille, advogado de defesa de Sócrates, não prestou declarações à chegada, o mesmo se passando com vários outros advogados, incluindo Francisco Proença de Carvalho, mandatário do ex-presidente do BES Ricardo Salgado.

O inquérito Operação Marquês, que teve início há mais de cinco anos, culminou na acusação a 28 arguidos, 19 pessoas e nove empresas, e investigou a alegada prática de quase duas centenas de crimes de natureza económico-financeira.

José Sócrates foi acusado de três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 de branqueamento de capitais, nove de falsificação de documentos e três de fraude fiscal qualificada.

Entre outras imputações, o Ministério Público está convencido que Sócrates recebeu cerca de 34 milhões de euros, entre 2006 e 2015, a troco de favorecimentos a interesses do ex-banqueiro Ricardo Salgado no Grupo Espírito Santos e na PT, bem como para garantir a concessão de financiamento da Caixa Geral de Depósitos ao empreendimento de luxo Vale do Lobo, no Algarve, e por favorecer negócios do Grupo Lena.

Entre os 28 arguidos estão Carlos Santos Silva, Henrique Granadeiro, Zeinal Bava, Armando Vara, Bárbara Vara, Joaquim Barroca, Helder Bataglia, Rui Mão de Ferro e Gonçalo Ferreira, empresas do grupo Lena (Lena SGPS, LEC SGPS e LEC SA) e a sociedade Vale do Lobo Resorts Turísticos de Luxo.

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