Portugueses não denunciam más condutas no trabalho por descrença
Conclusões pertencem a um estudo que foi apresentado, esta segunda-feira, na Universidade Católica do Porto e que foi feito tendo por base 6.119 colaboradores, de oito países europeus: Portugal, Espanha, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Suíça e Reino Unido. Em Portugal, o estudo abrangeu 775 colaboradores e foi realizado entre 5 e 25 de fevereiro de 2018.
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País Estudo
O Institute of Business Ethics, que em Portugal conta com a colaboração da Católica Porto Business School, levou a cabo um estudo inédito que fornece dados reais sobre a visão que os colaboradores têm dos locais de trabalho e das decisões e ações que lá são tomadas.
De acordo com os dados reunidos, 85% dos portugueses considera o local de trabalho um lugar “honesto”, um valor que contrasta com os 78% da média dos trabalhadores europeus.
No entanto, no que toca a denunciar más condutas éticas, cerca de metade dos inquiridos (49%) garante que não o faz. Já 22% admite ter sido pressionado a comprometer os padrões éticos devido à pressão do tempo (36%), à escassez de recursos (29%) e para cumprir ordens superiores (26%).
Relativamente às más condutas éticas, há três razões que explicam o porquê de metade dos inquiridos admitir não as denunciar: não acreditam que fossem tomadas medidas para alterar a situação, os abusos não são um assunto diretamente da sua responsabilidade e a denúncia poder colocar em perigo o seu trabalho.
Nesta senda, destaque ainda para o facto de 52% dos colaboradores indicar ter assistido a um tratamento inapropriado, 38% relatar comportamentos abusivos e 28% referir o registo incorreto de número de horas trabalhadas.
O relatório hoje apresentado no Porto questiona os colaboradores sobre a forma como respondem aos dilemas éticos que surgem no quotidiano laboral, analisando a forma como têm conhecimentos de más práticas, se as reportam e, ainda, e caso não o façam, o que os impede de o fazer.
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