"Desengane-se quem pensa que o passar de testemunho implica alterações"
O Presidente Marcelo discurso na abertura das cerimónias da tomada de posse da nova procuradora-geral da República, Lucília Gago.
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País Tomada de posse
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa deu ao início da tarde desta sexta-feira o 'tiro de partida' ao mandado da nova procuradora-geral da República, Lucília Gago.
Num discurso em que salientou a necessidade de uma justiça mais justa e com o combate à corrupção como principal alvo, o chefe de Estado não esqueceu o trabalho feito por Joana Marques Vidal, a quem deixou elogios e uma garantia de que o "bom trabalho do passado é para manter" de ora em diante.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Vidal "demonstrou dedicado sentido de serviço da causa pública, inteligente e determinada entrega ao bem comum, humilde desprendimento pessoal perante a continuidade na instituição e da linha de conduta adotada". O reconhecimento que lhe presta, defendeu, deve ser também alargado ao "Ministério Público pela atuação como um todo".
Referindo-se à mudança de procuradora que acontece hoje, o chefe de Estado afirmou que "se alguém distraído, equivocado, ou persuadido pensa que o passar de testemunho implica alteração de valores e princípios, desengane-se".
"Assim como não há justiça que aceite ser usada em campanhas pessoais ou políticas não há também campanhas destas que parem ou condicionem a justiça que deva ser feita", acrescentou Marcelo.
Ainda no seu discurso, na abertura das cerimónias de tomada de posse, o Presidente lembrou que “em pouco mais de 40 anos de democracia aumentou significativamente a importância da justiça na sociedade portuguesa”, nomeadamente por “decisões que passaram da administração pública para a justiça, por haver uma sociedade mais aberta com mais conflitos, mais ciência e com a técnica a mudar a vida das pessoas, uma criminalidade mais sofisticada e uma criminalidade económica mais imaginativa”.
Por isto, “a justiça tal, como o Direito não pode ficar impotente ou incapaz de acompanhar”, defendeu Marcelo, referindo que a “prioridade nacional é o combate sem tréguas à corrupção, sem medos, hesitações ou ambiguidades”.
“Um combate que a todos deve envolver e que a todos chegue. Combate que não permita a ilusão que há cidadãos de primeira, segunda ou terceira. Todos devem ser igualmente tratados”, rematou o Presidente da República antes de passar a palavra à nova procuradora-geral da República.
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