"O CDS sempre disse que o caso do material roubado em Tancos é da maior gravidade do ponto de visto daquilo que é a responsabilidade máxima e fundamental das fnções de um Estado e, por isso mesmo, de um qualquer Governo", começou por dizer Nuno Magalhães, na conferência de imprensa marcada para a tarde desta terça-feira, no Parlamento.
"É por isso que exigimos sempre um esclarecimento tão urgente quanto necessário da parte do Governo sobre o que realmente se passou", prosseguiu o centrista, lamentando mão ter existido esse esclarecimento ao longo dos últimos 15 meses. "Pelo contrário, tivemos da parte do Governo desvalorização, omissão, e até contradição, por vezes", realçou.
"Se o local próprio para apurar eventuais responsabilidades criminais são os tribunais, sabemos e respeitamos, não deixamos de notar que o local próprio para apurar os atos, omissões e responsabilidades políticas da parte do Governo é o Parlamento", disse Nuno Magalhães, anunciando que o CDS irá apresentar uma comissão de inquérito "para que essas responsabilidades [políticas] possam ser apuradas".
Para o CDS, ao longo dos últimos 13 meses, "existiram responsabilidades, omissões da parte do Governo que são inadmissíveis, que geram insegurança e que afetam o núcleo essencial do Estado".
Nuno Magalhães recordou que, no último ano, o seu partido chamou, incessantemente, o ministro da Defesa ao Parlamento e que este "nunca esclareceu nada", assim como nada esclareceu o Chefe do Estado Maior, acusa.
"O CDS exigiu a listagem do material objeto de furto e do material recuperado e não foi fornecido", referiu ainda, considerando que a investigação criminal não colide com a investigação sobre responsabilidades políticas que o partido propõe, no dia em que foram detidas altas patentes da Polícia Judiciária Militar e da GNR.