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Demitiram-se 52 diretores e chefes de serviço do Hospital de Gaia

Responsáveis demissionários queixam-se da falta de resposta do Governo aos problemas do Hospital.

Demitiram-se 52 diretores e chefes de serviço do Hospital de Gaia
Notícias ao Minuto

14:33 - 05/09/18 por Filipa Matias Pereira

País Porto

São 52 os diretores e chefes de serviço do Hospital de Gaia que, esta quarta-feira, se demitiram, alegando falta de respostas do Governo aos problemas do Hospital.

Esta demissão em bloco materializa, assim, um protesto dos mais de 50 profissionais de saúde do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) que, recorde-se, já em março tinham ameaçado com a demissão. Em causa estão, entre outros aspetos, as condições "caóticas" do serviço de urgência. 

Em conferência de imprensa, José Pedro da Nogueira Silva, diretor clínico do CHVNG/E, assumiu que é “uma angústia ter um hospital parcialmente destruído”. A título exemplificativo, o responsável clínico detalhou que, no Serviço de Urologia, para 16 camas, há apenas um casa de banho e fora da enfermaria. À sua semelhança, no Serviço de Ortopedia, para 22 camas há também apenas uma casa de banho. Resumidamente, “com esta estrutura hospitalar não podemos prestar o melhor cuidado”, denunciou o médico.

Apesar de o Centro Hospitalar Vila de Nova de Gaia/Espinho ser um hospital polivalente e uma referência regional em diversas especialidades, “o financiamento não é o adequado”, já que, sustentou José Pedro da Nogueira Silva, o seu orçamento “fica inclusive abaixo de outros hospitais”. Para além disso, o médico alertou para falta de pessoal, não apenas de médicos, mas também de enfermeiros e de pessoal auxiliar.

Por isso, acrescentou, "tivemos de pedir demissão porque é impossível continuar a trabalhar para o bem da população do terceiro concelho do país mais populoso nestas condições". 

Já para o diretor do Serviço de Cirurgia Geral, Jorge Maciel, a situação que se vive na unidade hospitalar é de “carência e degradação”. O cirurgião aproveitou ainda a oportunidade para relembrar que já estiveram planeadas remodelações e inclusive a construção de novas instalações para o hospital que, “por falta de financiamento”, não avançaram.

Quanto ao Serviço que liderava, o diretor demissionário revelou que está em condições “decrépitas”, explicando que “há buracos no chão, humidade na parede e as infeções não são o que gostaríamos; são difíceis de controlar”.

“Ninguém pede benefícios laborais”, explicou, “mas pretende-se sim alertar que já passámos para além do tolerável. É hora de levantarmos a nossa voz e apresentarmos reivindicações. Que canalizem as verbas prometidas, mas nunca concretizadas”.

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