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Museus portugueses aconselhados a verificarem sistemas de segurança

O presidente da Associação Portuguesa de Museologia (APOM), João Neto, aconselhou hoje os museus do país a fazerem uma verificação e manutenção dos seus sistemas de segurança contra incêndio para prevenir "tragédias" como a que sucedeu no Brasil.

Museus portugueses aconselhados a verificarem sistemas de segurança
Notícias ao Minuto

15:24 - 04/09/18 por Lusa

País APOM

Lisboa, 04 set (Lusa) - O presidente da Associação Portuguesa de Museologia (APOM), João Neto, aconselhou hoje os museus do país a fazerem uma verificação e manutenção dos seus sistemas de segurança contra incêndio para prevenir "tragédias" como a que sucedeu no Brasil.

Um incêndio ocorrido no domingo no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, não provocou vítimas, mas destruiu grande parte do acervo de 20 milhões de peças desta entidade, considerada a maior na área da História Natural e Antropologia da América Latina, fundada há 200 anos.

Contactado pela agência Lusa, o presidente da APOM classificou o sinistro como "uma grande tragédia e uma perda irreparável" no património cultural do Brasil, que também afetou peças portuguesas pertencentes ao acervo, já que o museu foi fundado por João VI, de Portugal.

Sobre a situação dos museus em Portugal no que diz respeito a sistemas de vigilância, prevenção e combate a incêndios, o responsável indicou que "os regulamentos existem, são de lei, mas o problema é saber se têm manutenção regular já que a falta de recursos é grande no setor".

Por essa razão, João Neto aconselha os museus do país a verificarem se os sistemas estão a funcionar bem, para serem acionados em caso de emergência.

"Em particular devem ser verificados os sistemas em edifícios antigos, como é o caso do Museu Nacional do Traje e o Museu Nacional do Teatro, e que têm acervos altamente inflamáveis", exemplificou.

Os ministérios brasileiros da Cultura e da Educação anunciaram na segunda-feira um plano de recuperação do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, que irá aplicar cerca de três milhões de euros.

No Brasil, há mais de 3.700 museus, sendo que destes, 456 são museus federais, descreve o portal do Governo.

Entre as peças do acervo do Museu Nacional, estavam a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Pedro I, e o mais antigo fóssil humano encontrado no Brasil, batizado de "Luzia", com cerca de 11.000 anos.

Dos milhões de peças que retratavam os 200 anos de história brasileira estavam igualmente um diário da imperatriz Leopoldina, e um trono do Reino de Daomé, dado em 1811 ao príncipe regente João VI.

Em janeiro de 2015, este museu chegou a estar fechado ao público devido a "problemas com os serviços de vigilância e limpeza", relacionados com o atraso de meses no pagamento, e os funcionários de limpeza também fizeram uma paralisação por falta de pagamento dos salários, noticiou a imprensa local, na altura.

A história do museu remonta aos tempos da fundação do Museu Real por João VI, em 1818, cujo principal objetivo era propagar o conhecimento e o estudo das ciências naturais em terras brasileiras. Hoje, era reconhecido como um dos principais centros de pesquisa em história natural e antropológica, na América Latina.

Fundada em 1965 para incentivar o espírito de preservação e divulgação do património dos museus e as boas práticas, a APOM atribui anualmente prémios desde 1997, a museus, projetos, profissionais e atividades desenvolvidas no setor.

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