No início do julgamento, no Tribunal de Vila Nova de Gaia, os arguidos, de nacionalidade chilena e em prisão preventiva -- medida de coação mais gravosa - disseram ter vindo para Portugal no final de 2016 e início de 2017, um deles explicando que foi para ver um jogo do Real Madrid e o outro assumindo ter sido para procurar emprego.
O processo envolve ainda um terceiro suspeito, que está em fuga, sob o qual está pendente um mandado europeu de detenção.
Segundo a acusação, a 11 de janeiro de 2017, entre as 01:19 e as 01:26, os arguidos acederam à zona da relojoaria do El Corte Inglés depois de arrombarem o portão metálico e, com recurso a marretas e pés de cabra, partiram as vitrinas e levaram 124 relógios de luxo, num valor superior a 900 mil euros.
Os produtos furtados foram depois despachados por via postal para o exterior do país, salienta.
Ainda de acordo com a acusação, os homens vieram para Portugal em 2016 para roubar casas e estabelecimentos comerciais aos quais faziam vigilância antes de cometer os crimes, usando para tal ferramentas que lhes permitia arrombar qualquer estrutura.
Para não levantarem suspeitas, os arguidos instalavam-se em hotéis da região Norte, sustenta.
Durante o seu depoimento, perante o coletivo de juízes, um dos suspeitos contou que veio do Chile para a Europa, nomeadamente França e Espanha, em 2016, tendo depois vindo para Portugal no final desse ano, mais concretamente para Lisboa, para ver um jogo do clube espanhol Real Madrid.
Assumindo ter depois vindo para o Porto, o arguido contou que o objetivo era conhecer a cidade e fazer turismo, tendo ficado hospedado em hotéis e numa casa de praia.
Durante a sua estada, o homem referiu que comprou uns relógios a vendedores de rua, porque eram mais baratos, e os enviou para o Chile para depois vender.
Já o outro arguido explicou ter viajado do Chile para Espanha à procura de emprego e, daí para Portugal, passando por Lisboa e Porto.
Negando a autoria dos crimes, o arguido relatou que comprou uns relógios em Barcelona, Espanha, e que, chegado a Portugal, mais concretamente ao Porto, os enviou para o Chile para lá serem vendidos mais caros e, assim, fazer dinheiro.