Guarda. Absolvidos suspeitos de promoverem marcha lenta contra portagens

O Tribunal da Guarda absolveu hoje todos os arguidos no caso da marcha lenta contra as portagens, promovida na Guarda em 11 de maio de 2018, por falta de prova segura quanto à identificação dos seus organizadores.

Justiça

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Lusa
12/06/2025 17:13 ‧ ontem por Lusa

País

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Os arguidos estavam acusados do crime de desobediência qualificada por não terem comunicado previamente a iniciativa à Câmara Municipal da Guarda, de acordo com a lei.

 

A marcha lenta decorreu no dia 11 de maio de 2018, pelas 17:00, tendo o Ministério Público considerado que os réus se juntaram, "de forma ordenada e organizada, com cerca de 60 pessoas, algumas delas com cartazes/telas com inscrições de protesto contra as portagens nas A23 e A25, junto à Rotunda do G, nesta cidade [Guarda], manifestando-se contra as aludidas portagens".

Na leitura da sentença, a juíza considerou que "não foi possível apurar quem foram os promotores da manifestação, tendo apenas ficado provado que a mesma aconteceu e que não foi comunicada à Câmara Municipal da Guarda".

A magistrada acrescentou que "não se sabe quem preparou e organizou a manifestação, e assim não é possível concluir que os arguidos eram os organizadores".

"O Tribunal não pode decidir por meras presunções, pelo que, na ausência de prova segura, decide-se absolvê-los do crime de desobediência qualificada de que estavam acusados", concluiu.

Lida a sentença, a juíza titular do processo congratulou-se, dizendo que, "felizmente, já não há portagens".

Estavam acusados de desobediência qualificada a União de Sindicatos de Castelo Branco, a Associação Empresarial da Região da Guarda, os antigos dirigentes empresariais José Gameiro (Castelo Branco) e Pedro Tavares (Guarda), bem como Zulmiro Almeida, da Comissão de Utentes da A25.

Luís Garra (União de Sindicatos de Castelo Branco) e José Pedro Branquinho (União de Sindicatos da Guarda) eram outros arguidos.

Pedro Tavares e Orlando Faísca, antigo e atual presidente da Associação Empresarial da Guarda, respetivamente, não estiveram presentes na leitura da sentença.

À saída do Tribunal, Luís Garra admitiu que esperava ser absolvido.

"Este processo nunca teve razão de existir. Se tivesse sido evitado, era melhor para todos e a justiça não tinha gastado dinheiro num processo que não tinha qualquer ponta por onde se lhe pegasse", afirmou à agência Lusa.

O sindicalista recordou que "desde 2018 que existe este processo em cima das costas".

"E isso não impediu que a Plataforma P'la Reposição das Scut na A23 e A25 tenha continuado esta luta, que valeu a pena porque neste momento não pagamos portagens".

José Gameiro, ex-dirigente da Associação Empresarial de Castelo Branco, também não esperava ser condenado.

"Sabíamos que a nossa causa era justa e, quando assim é, nós temos que a percorrer até ao final, até porque ganhamos todos com a abolição das portagens, o interior, sobretudo".

O empresário acrescentou que os arguidos "não mereciam" outro desfecho que não fosse a absolvição.

"Estamos aqui, hoje, não para que nos carreguem em ombros, mas para dizer, humildemente, que valeu a pena lutar por este tema e lutaremos por outro, se assim for necessário", concluiu José Gameiro.

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