E a nível emocional, como enfrentar o cancro?
Em segundos, a notícia de que se tem cancro pode transformar por completo a vida do doente, que no momento sente um misto de emoções e é abatido pela doença, que não lhe afeta apenas o físico. Como haverá maneira de o lado emocional não tornar o processo de recuperação ainda mais difícil?
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A partir do momento em que alguém descobre que tem cancro, passa por um choque emocional do qual se demora muito a recuperar, já que este primeiro momento é composto por várias fases, como explica Adriana Terrádez, diretora da OncoDNA em Espanha e Portugal, que refere que logo nesta primeira consciencialização de que tem cancro, a pessoa sente medo, incerteza, raiva, ansiedade, tristeza e mesmo sentimento de culpa.
“Num primeiro instante, os principais problemas psicológicos passam por comunicar aos familiares e amigos a notícia, para encontrar o apoio emocional necessário”, aponta a especialista. As mudanças físicas, como variação de peso, é outro aspeto que influencia o estado emocional, e justifica a procura de apoio num psicólogo.
“Expressar o que sentem e deixa-se ajudar, sem esconder os sentimentos de tristeza ou medo” são as sugestões básicas que Adriana Terrádez começa por dar. “Concentrar-se no presente, cuidar da alimentação e fazer exercício com o conselho de especialistas” são outros aspetos que aponta, em vista de uma atitude mais otimista que ajude a superar a doença.
Tais sugestões baseiam-se no psicológico, já que o doente oncológico não se deve focar apenas nos cuidados físicos e tratamentos, mas em conhecer todos os lados da doença e sua forma de recuperação. Para tal, a comunicação com especialistas é, em todas as circunstâncias, um passo essencial.
A procura autónoma de informação é também uma boa atitude, contudo, numa altura em que a oferta de informação é grande, é possível chegar a dados desatualizados, cuja fonte não é fiável ou que não se aplique ao caso específico de cada um. Para evitar cair em erro, “o oncologista é assim o profissional que todos os doentes têm de ouvir e seguir as suas recomendações”, alerta a especialista.
Como já foi referido, o apoio de amigos é um importante aspeto na recuperação de qualquer doente com cancro. Mas sendo este um tema sensível, o apoio nem sempre é dado da melhor forma, pelo que Adriana Terrádez aponta alguns aspetos a ter em conta por todos os amigos e familiares.
Em primeiro lugar, “respeito e empatia são as palavras-chave”. O cancro é um tema sensível e deve ser tratado como tal. Neste sentido, comparar o caso com outros que se conheça é de se evitar.
“Ajudar a que o doente se foque na rotina e na normalidade” é, segunda a médica, outro ponto importante. Não devemos esquecer a doença, pelo contrário, é aceitável que se pergunte quando não temos a certeza sobre como tratar o tema, contudo, frases como “tu vais superar isso como se nada fosse” seria diminuir a importância do problema e, ao contrário do que se pretendia, pode fazer com que o doente se sinta incompreendido.
Cada caso é diferente, seja pelo tipo de cancro ou personalidade de cada um. Com enfoque no lado emocional da doença, Adriana Terrádez aponta o caso específico daquele que é o cancro mais comum e segunda principal causa de morte nas mulheres – o cancro da mama – em que a mudança da aparência, resultado da cirurgia, leva a que muitas mulheres enfrentem situações adicionais de stress, que se associam ao relacionamento afetivo que se tem com outra pessoa.
Para que esta nova fase, pós-cancro, seja ultrapassada com maior naturalidade, a especialista aponta sete recomendações a ter em conta nos aspetos mais íntimos da vida de quem ultrapassou, ou está a ultrapassar o cancro. Conheça as recomendações apontadas na fotogaleria apresentada na foto acima.
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