Redação, 16 ago - A ofensiva das forças de segurança do Egito contra os apoiantes do Presidente deposto Mohamed Morsi motivou hoje várias manifestações de apoio ao antigo governante no Paquistão, Turquia e em Jerusalém.

Centenas de pessoas manifestaram-se nas principais cidades do Paquistão para apoiar Mohamed Morsi e criticar a ofensiva dos últimos dias contra os seus apoiantes, noticiou a agência AFP.

"Estamos com Morsi" e "Porque é que os Estados Unidos apoiam os ditadores no mundo muçulmano?" foram algumas das inscrições que os manifestantes empunharam enquanto percorriam as ruas de Carachi, no sul do Paquistão, um país muçulmano não árabe de 180 milhões de pessoas.

As manifestações de apoio à Irmandade Muçulmana egípcia também foram realizadas no noroeste do país, perto da fronteira com o Afeganistão, e em Lahore, a segunda maior cidade a seguir a Carachi, sendo que está marcada para domingo uma manifestação na capital, Islamabad.

No princípio da semana, o governo paquistanês considerou que a ação das forças de segurança contra os apoiantes de Morsi, que já vitimou mais de 600 pessoas, era um "retrocesso para a democracia".

Na Turquia, o cenário repetiu-se, com milhares de manifestantes a criticarem a repressão contra aos seguidores de Morsi, entoando cânticos que diziam "Os infiéis estão a matar muçulmanos".

Cerca de três mil manifestantes encenaram um funeral dos mortos no Egito numa mesquita em Ancara, antes de rumarem para as embaixadas do Egito e dos Estados Unidos na capital turca.

O grupo empunhava cartazes onde se avisava que "Quem derramou sangue muçulmano vi afogar-se no seu próprio sangue".

O governo turco, de raiz islâmica, era um aliado sólido de Morsi e da sua Irmandade Muçulmana, e aumentou as críticas ao novo Executivo egípcio no seguimento dos acontecimentos dos últimos dias.

Também em Jerusalém oriental o apoio a Mohamed Morsi foi visível com centenas de apoiantes do movimento palestiniano Hamas a reunirem-se no Monte do Templo para criticar a deposição de Morsi.

O atual clima de tensão no Egito iniciou-se a 30 de junho, quando diversos setores da oposição promoveram grandes protestos exigindo a deposição do Presidente islamita Mohamed Morsi, eleito em junho de 2012 nas primeiras eleições livres no país.

Morsi foi deposto em 03 de julho e detido pelos militares, tendo sido formado um Governo de transição, gerando uma vaga de protestos das correntes islamitas que exigem o seu regresso ao poder e que tem sido reprimida com violência pela polícia e pelo exército.

MBA // JMR

Noticias Ao Minuto/Lusa